sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SOBRE DROGAS III

MAIS VERDADES SOBRE DROGAS
                                                                  por Alvaro
17/01/14 



Inicialmente é impostante dizer que não é justificável defender incentivando o uso de nenhuma drogas de modo livre e abusivo. Mas não podemos tapar o sol com a peneira. O problema "droga", é altamente complexo. E deve, por isso, ser discutido livremente por longo tempo de modo consequente e responsável. Há muitos pontos obscuros quando não, controversos.Não se entende porque as leis aprovadas nas casas legislativas e as portarias ministeriais restringem o uso do álcool e do cigarro comum e apontam para a liberação do uso da maconha e de outras substâncias psicoativas. É um aparente contra senso. Mas, razão existe. A razão parece ser predominantemente econômica, mas também política. É que a grande mídia, ou por desinformação ou por algum interesse ainda não confessado, não trata o problema de modo claro mas em profundidade – prefere as manchetes que dão audiência. E os políticos, permanentemente nos palanques, optam por medidas populistas. Assim, a farsa está montada. Como um grande espetáculo teatral, a maioria busca destaque e bilheteria.

A parte visível e degradada dos usuários de droga em São Paulo tem endereço conhecido - Cracolândia. Na verdade, toda cidade brasileira tem sua “cracolândia”. Neste caso, as comunidades das cracolândias é uma minoria que a reboque de transtornos mentais que geram um insuportável sofrimento psíquico, são empurrados compulsivamente para o consumo de drogas que gera um alívio imediato, mas fugaz - são os dependentes químicos. A maioria dos usuário, quase a totalidade deles, não é dependente de substâncias psicoativas, mas usam  drogas para fins recreativos e festivos. Estes últimos, os usuários não dependentes, não são enfermos no sentido real,  são anônimos que vestem paletó e gravata e tem polpuda conta bancária, ou não. É para os poderosos endinheirados, a maioria quase absoluta dos consumidores de drogas, que a descriminalização é um grande negócio, pois, a clandestinidade que constrange os usuários socialmente destacados, encontrará o campo livre para o consumo desenfreado e legalmente abençoado. É para a maioria que a esquerda festiva toca  trombetas com fins eleitoreiros. É para quem usa a droga de forma recreativa e festiva que alguns políticos fazem pressão para mudar a legislação e abrir as porteiras para o uso livre  e desimpedido da maconha e de outras drogas mais pesadas. A minoria degradada, enferma e que vive nos guetos como a  São Paulo, exposta a vergonha pública através do desfile cotidiano nos telejornais, envergonha a maioria socialmente destacada e politicamente poderosa, que extrai da droga a felicidade fugaz. E a felicidade fugaz é buscada desde Adão e Eva. O dependente faz uso da droga para se livrar do desprazer. Os outros compram o prazer em pó, ou veiculado através da fumaça e financiam assim, efetivamente, o tráfico e seus efeitos colaterais como a entrada livre de armas de potente calibre através das porteiras abertas em nossas fronteiras.

Entrando armas sem nenhum controle efetivo do Governo Federal, a criminalidade sem nenhum obstáculo, ceifa a vida de milhares de brasileiros. De dentro dos presídios os chefes das organizações criminosas comandam as ações nas ruas como aconteceu recentemente no Maranhão da família Sarney. A polícia está perdendo a guerra para o crime. No entanto, quem elabora as leis são os parlamentares que, em grande número, estão sempre preocupados com a próxima eleição ou com o aumento do seu patrimônio e assim, não têm tempo nem disposição para cumprir suas obrigações  - trabalhar para o bem estar dos cidadãos. Daí por que, o voto é a grande arma do eleitor para muar o Brasil prá melhor. Quando o povo votar de modo mais consequente e a política deixar de ser só politicagem o país vai encontrar o rumo. Mas, os políticos mequetrefes sabem que é com dinheiro que eles ganham eleições, criando factoides na mídia, contratando marqueteiros a preço de ouro e comprando cabos eleitorais.

Os governos de todas as matizes não investem, nem em quantidade nem em qualidade, para o enfrentamento do problema de modo competente. Alguns políticos apostam no desespero de grupos sociais mais afetados com o problema, para justificar uma mudança liberalizadora na legislação vigente que ainda  impõe restrições ao comércio e ao uso de substâncias psicoativas. As ações de governo em todos os níveis, independente de partidos ou de grupamentos políticos, aposta no caos e no desespero das famílias para obter o que planejam –  descriminalização para arrecadar dinheiro de impostos do fabrico e comercialização das drogas. Na verdade, o que os governantes querem é tirar o comércio de drogas da iniciativa de grupos que vivem na clandestinidade e, assumindo um negócio altamente rentável, passando a cobrar os impostos do modo como  é feito com o tabaco e com  o álcool mas também com o  “jogo do bicho” travestido de loterias. No caso do  “jogo do bicho”, uma contravenção penal, a Caixa Econômica Federal concorre comercialmente com os "bicheiros" através das loterias, largamente divulgadas e disseminadas ao ponto de parecer uma banalidade.

O mais interessante não é ser a favor ou contra. O mais interessante é discutir as razões, o que é controvertido, os prós e os contras de uma legislação mais liberalizadora ou mais repressora. Considerando todas as drogas, a que causa maiores problemas financeiros para o Estado e social para todos nós, é o álcool. E o álcool é encontrado em qualquer prateleira - tem fabrico, comercialização e consumo liberados. Será mesmo que a questão central é discutir a liberalização de tipos específicos de drogas - se maconha ou cocaína - ou tem outras considerações mais delicadas que a mídia não se interessa em discutir. O Partido Verde, demonstrando maturidade política, discute o problema como discute qualquer outro tema atualmente importante. Enquanto isso, dentro dos apartamentos, dos clubes sociais, nos bares, na noite, nos rolés, a droga é um ingrediente geralmente comum. É comum desde Adão e Eva. Mas, a mídia só mostra o viciado. Só mostra a cracolândia. Cinismo. 



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