quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

LONGEVIDADE

Envelhecimento

Cientistas estudam criação de ‘pílula do rejuvenescimento’

Pesquisadores mostraram que medicamento experimental parece reverter os danos que a idade provoca no sistema imunológico de idosos

Envelhecimento: cientistas testam droga para fortalecer o sistema de defesa de idosos
Envelhecimento: cientistas testam droga para fortalecer o sistema de defesa de idosos (Thinkstock)
Cientistas deram o primeiro passo para a criação de uma pílula do rejuvenescimento, capaz de retardar os danos da idade à saúde e a prevenir uma série de doenças. Em um estudo publicado na atual edição da revista Science Translational Medicine, esses pesquisadores demonstraram que um medicamento experimental pode fortalecer o sistema imunológico dos idosos e ajudá-los a combater infecções como a gripe.
A droga em questão tem como alvo uma região do DNA ligada ao envelhecimento e ao sistema imunológico e é uma versão do medicamento rapamicina. Esse remédio faz parte da classe dos inibidores de mTOR, nome dado a uma via genética que, embora promova o desenvolvimento saudável entre jovens, parece ter um efeito negativo sobre a saúde com o avanço da idade. Estudos feitos em animais já indicaram que essas drogas podem prolongar a vida e evitar doenças associadas à velhice. A nova pesquisa é uma das primeiras a confirmar essa hipótese em seres humanos.
Participaram do estudo cerca de 200 pessoas com mais de 65 anos. Parte delas tomou essa esse medicamento ao longo de seis semanas, enquanto o restante ingeriu doses de placebo. Após esse período, todos os voluntários receberam uma vacina contra a gripe.
Segundo os resultados, os idosos que tomaram o medicamento desenvolveram 20% mais anticorpos contra a gripe do que aqueles que ingeriram placebo. Os pesquisadores também perceberam que esses voluntários apresentaram menores quantidades de glóbulos brancos associados ao declínio do sistema imunológico.
Os autores do estudo, que foi conduzido no Instituto de Pesquisa Biomédica da farmacêutica Novartis, afirmam que a pesquisa dá um primeiro passo em direção a um medicamento capaz de reverter os danos do envelhecimento. Novas pesquisas devem ser feitas até que esse medicamento possa a ser utilizado na prática clínica.

As doenças que desafiam a longevidade saudável

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

MINISTÉRIO MEQUETREFE

30/12/2014
 às 14:25 \ Política & Cia -Ricardo Setti na Veja.com


O presente de Ano Novo de Dilma é o Ministério mais mequetrefe da história da República

(Ilustração: dreamstime.com)
Um ministério de anônimos, de nulidades, de gente que está lá só porque é dono de legenda ou perdeu a eleição. Não há sequer um Grande Brasileiro no time, o pior da história de 125 anos de República (Ilustração: dreamstime.com)
Voltar de férias é bom, quando se tem paixão pela profissão, como é meu caso. O problema é, após um interregno no exterior, tornar a encarar certas realidades brasileiras — que nos afligem justamente porque gostaríamos que “eztepaiz” fosse muito, mas muito melhor.
São tantas as mazelas que custa apreender as novas, mas avultam dados como o espetacularmente ruim desempenho das contas públicas — o pior em quase duas décadas: o governo da “presidenta” Dilma deveria economizar 99 bilhões de reais para pagar os juros da dívida que ela vem sistematicamente tornando maior, e o resultado pífio, ridículo, foi um… déficit de 19,6 bilhões. A lei imoral que retocou, num passe de mágica, as obrigações que o governo assumira para com o Orçamento não mudam essa realidade, só a tornam mais dramática.
E então começam cortes e restrições – aquilo que o PT espalhou que Aécio Neves faria –, como os anunciados ontem (arrocho no seguro-desemprego, no auxílio-doença, no pecúlio por morte, no abono do PIS), necessários para que a Previdência não vá para o buraco mas justificados pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com reveladora fisionomia patibular, como apenas “ajustes”.
Para não falar, é claro, do escandaloso ministério de nulidades que a presidente vem montando, aos trancos e barrancos, fatiando o poder para partidos ávidos de cargos e vantagens e, curiosamente, sob um coro de reclamações dos próprios aquinhoados.
Fiz questão de pesquisar, demoradamente, os ministérios desde a proclamação da República, em 1899, e cheguei à conclusão de que nenhum — NENHUM — presidente ostentou, até hoje, um gabinete tão mequetrefe, tão insosso e com tantas figuras zero à esquerda como a Dilma versão 2015.
Mesmo presidentes medíocres, até presidentes desastrosos tiveram grandes ministros. João Goulart (1961-1964), em sua gestão destrambelhada, contou com Celso Furtado como ministro do Planejamento e, na Fazenda, com nomes de envergadura e respeitabilidade como os do ex-chanceler San Thiago Dantas ou do professor Carvalho Pinto, um dos melhores governadores da história de São Paulo.
Integraram o ministério de Fernando Collor (1990-1992), entre outros, o professor José Goldemberg, ex-reitor da USP e físico de renome internacional, Ozires Silva, criador da Embraer, o diplomata e intelectual de primeira Sérgio Paulo Rouanet, o sociólogo Hélio Jaguaribe e o cardiologista Adib Jatene, recentemente falecido e respeitado em todo o mundo.
José Sarney (1985-1990) abrigou figuras do quilate do banqueiro Olavo Setúbal, do senador e futuro ministro do Supremo Paulo Brossard, do economista Luiz Carlos Bresser Pereira e do jurista Saulo Ramos.
A mesma história havia ocorrido com presidentes apagados da República Velha, cujas eminências ministeriais poderiam ser citadas às dezenas, de Rui Barbosa a Afrânio de Mello Franco.
Com Dilma, não.
Não há traço de um Grande Brasileiro presente nesse ministério — pelo contrário.
É uma mistura de um ou outro técnico correto com políticos de segunda, perdedores de eleição recompensados com cargo público, donos de legenda cujo principal mérito é exata e somente este, anônimos que se vêem alçados a cargo ilustre única e exclusivamente por pertencerem a partidos “da base aliada” — o critério de boa gestão é o último a contar – e puras e simples nulidades.
Santo Deus, por melhor boa vontade que se tenha para com os indicados por Dilma, quais são as qualidades de gestor público do filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ocupar um ministério, ainda que o da Pesca?
O que poderá fazer o ex-deputado comunista Aldo Rebelo, político experiente, sem dúvida, mas que nem curso superior concluiu, na pasta de Ciência e Tecnologia?
Na Educação — logo ali, no âmago dos problemas brasileiros — de onde será que Dilma tirou que a solução seria um populista primitivo como o ex-governador do Ceará Cid Gomes, do qual não se conhece um estudo, um discurso, um bilhete sequer que o credencie ao posto?
Além de eventualmente manipular seu smartphone, o que entende de Comunicações o ex-sindicalista bancário Ricardo Berzoini, agora ministro?
Haja paciência, como diria o grande jornalista Fernando Pedreira.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

POLÍTICO X TÉCNICO

POLÍTICO É UMA COISA, TÉCNICO É OUTRA
por alvaro


O minidicionário da língua portuguesa de Sérgio Ximenes define política como:” Habilidade no trato das questões humanas. Arte e ciência de bem governar os povos e de cuidar dos negócios públicos com sabedoria”. Por isso que nos Estados Unidos da América do Norte um dos presidentes era ator de cinema e no Brasil, Lula foi presidente da República e Jaques Wagner, governador da Bahia. Políticos decidem e técnicos apontam caminhos. Governar é arte para políticos. Assessorar é papel de técnicos. Os técnicos, amparados por saber específico, apontam soluções técnicas. O político escolhe a solução política que engloba fundamentos técnicos.  

O mesmo dicionário que usei como fonte de significado da palavra político, define técnico como: “Próprio de uma arte, ciência ou ofício. Perito, especialista”.

Não se pode afirmar, entretanto, que um técnico na condição de político, não possa se sair bem. Pode, se o técnico se portar como bom político. Político não é quem entende das minúcias, do tecnicismo, e sim, quem está preparado para escolher o melhor, para tomar a decisão mais acertada para o bem do povo. Decidir com sabedoria é o ofício do político.

O que não se pode é chamar de “POLÍTICO” aquele que se elege com o objetivo de tirar proveito do erário, em benefício próprio. De usar a corrupção como prática e método de governar. De ser o técnico que só contabiliza para o próprio bolso. De enxergar só o bolso próprio como projeto de investimento.

Juscelino Kubitschek era médico de profissão e foi um Presidente da República reconhecido por suas realizações. Fernando Henrique Cardoso, um professor universitário, sociólogo, deixou marcas de estadista – Lei de Responsabilidades Fiscais, embriões de programas sociais como o bolsa família, lei dos genéricos, privatização da telefonia...


O CAMINHO DAS PEDRAS

Cada macaco no seu galho

- por Elio Gaspari - Jornalista

O Ministério Público não pode ajudar a doutora Dilma a escolher seus ministros; ela é que deve parar de errar

A doutora Dilma podia ter a melhor das intenções quando anunciou que pediria ajuda ao Ministério Público na escolha de seus ministros. Ou a pior. Na hipótese benigna, não queria correr o risco de nomear um larápio. Na maligna, queria transferir para o Ministério Público uma responsabilidade que é inteiramente sua. Nomearia o sujeito, ele apareceria numa petrorroubalheira e ela tiraria o corpo fora, pois a Procuradoria nada tivera contra o magano. O ex-ministro Joaquim Barbosa disse muito bem: “Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar um órgão de persecução criminal antes de nomear um membro de seu governo!!! Du jamais vu.” Barbosa vocalizou em francês a expressão de Nosso Guia: “Nunca na História deste país...”Os “nunca na História...” são muitos, mas nem um oposicionista delirante seria capaz de supor que um comissário do segundo escalão entesourasse US$ 100 milhões. Em benefício da doutora, reconheça-se que ela conhece mal o funcionamento das instituições. Só isso explica a insistência com que propõe em pactos e plebiscitos. Se falasse sério, no caso dos petrocomissários consultaria a Agência Brasileira de Inteligência, mas esse ectoplasma palaciano do falecido Serviço Nacional de Informações ainda não mostrou a que veio. Se a Abin não colocou sobre sua mesa uma análise das petrorroubalheiras, é melhor fechá-la. Afinal, em 2013 custava R$ 500 milhões. Se a agência acendeu algum tipo de luz amarela e não conseguiu atenção, o problema é da doutora.Durante a campanha eleitoral o comissariado repetia um bordão, segundo o qual não se poderia pré-julgar pessoas acusadas de envolvimento nas petrorroubalheiras. O próprio ministro da Fazenda despediu-se do “amigo Paulinho" agradecendo os “relevantes serviços" prestados à Petrobras. O líder do governo no Senado considerou “satisfatório” seu primeiro depoimento à CPI, anterior à decisão de colaborar com a Viúva. Era uma coleção de lorotas. Há no Planalto quem saiba bastante sobre a Petrobras. Sabem até mais que os procuradores. O que eles não sabem, e aí está o problema dos comissários, é o caminho das pedras para sair da enrascada.Pela blindagem do Ministério Público, pelo silêncio do ministro Teori Zavascki e pelo naufrágio das primeiras patranhas dos maganos, esse caminho das pedras pode não existir. De alguma maneira, o comissariado precisa se recompor com a verdade. A doutora já se disse “estarrecida” com os malfeitos e considerou “absurdas” as quantias desviadas. É pouco. Precisa despir o manto da surpresa. Esse vem sendo o erro do PT desde que estourou o mensalão.Outro dia, num debate na Corte Suprema dos Estados Unidos, o juiz Antonin Scalia foi confrontado por uma colega por ter votado numa posição contrária à que tomara noutro caso. Meter-se com a rapidez de raciocínio de Scalia é arriscado. Ele defendeu-se citando o grande juiz Robert Jackson: “Não vejo por que eu deva ficar conscientemente errado hoje porque, inconscientemente, estive errado ontem". Retirando-se o “inconscientemente” da frase de Jackson, a lição pode ser um presente de Natal para o comissariado.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/cada-macaco-no-seu-galho-14902416#ixzz3MpQUm0b4 
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VACA NA AMBULÂNCIA


Dupla rouba ambulância para fugir com vaca roubada na África do Sul       Do   G1,   em São Paulo


Caso ocorreu em Mahwelereng, na província de Limpopo.
Blade Olifant, de 26 anos, e Kgothatso Olifant, 27, foram presos.

Do G1, em São Paulo 
Dois primos foram presos na província de Limpopo, na África do Sul, acusados de roubar uma vaca e, depois, roubarem também uma ambulância para transportar o animal.
Dupla roubou ambulância para transportar vaca roubada (Foto: Reprodução/YouTube/ANN7online)Dupla roubou ambulância para transportar vaca roubada (Foto: Reprodução/YouTube/ANN7online)







Após roubarem o bovino, Blade Olifant, de 26 anos, e Kgothatso Olifant, 27, colocaram o animal na parte de trás de uma ambulância em Mahwelereng e fugiram.
Primos foram presos acusados de roubo (Foto: Reprodução/YouTube/ANN7online)Primos foram presos acusados de roubo (Foto: Reprodução/YouTube/ANN7online)
Moradores avisaram a polícia e passaram descrição da ambulância. Após realizar um bloqueio, os policiais conseguiram prender a dupla.
Na ambulância, além da vaca, os agentes encontraram garrafas de cerveja.

ARTE PURA

Neurociência


Uso de smartphone aumenta atividade cerebral, diz estudo

Atividade no córtex associada ao polegar e ao indicador se mostrou diretamente proporcional ao uso do smartphone

Os autores sugerem que o processamento sensorial no cérebro é continuamente moldado pelas tecnologias
Os autores sugerem que o processamento sensorial no cérebro é continuamente moldado pelas tecnologias(Thinktock/VEJA)
O uso contínuo de smartphones fortalece a conexão entre os dedos e o cérebro, afirma um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Current Biology. A pesquisa mostra que o recente uso mais intenso de telas touchscreen leva a um aumento da atividade cerebral quando os dedos tocam algo. “Eu fiquei surpresa com a dimensão das mudanças que ocorreram pelo uso de smartphones”, afirma Arko Ghosh, da Universidade de Zurique, na Suíça, e integrante da equipe de pesquisadores.
Ghosh e sua equipe desenvolveram essa pesquisa após perceber que a recente obsessão com smartphones poderia ser uma boa oportunidade para estudar a plasticidade cerebral humana. Não só as pessoas começaram a usar mais as pontas dos dedos de uma nova maneira, mas também de forma contínua, dia após dia.
Pesquisa — Os pesquisadores utilizaram eletroencefalografia para registrar a atividade cerebral de 37 participantes no momento em que tocavam algo com o indicador, dedo médio e o polegar. Desses, 26 pessoas usavam smartphones e 11, não. A atividade no córtex cerebral associada com o polegar e o indicador se mostrou diretamente proporcional ao uso do smartphone. 
De acordo com os autores, a pesquisa sugere que os movimentos repetitivos sobre a tela touchscreen remodela o processamento sensorial da mão, modificando a representação cerebral das pontas dos dedos. “Nós acreditamos que o processamento sensorial no cérebro contemporâneo é continuamente moldado pelas tecnologias”, escrevem os cientistas no artigo.
(Da redação de VEJA.com)

LIGAÇÃO PROVISÓRIA

Desvio provisório entre as cidades de Ituberá e Nilo Peçanha é liberado


Adélson Carvalho

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Olha aí. O Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba) liberou, nesta terça-feira, dia 23, um desvio provisório construído ao lado da ponte sobre o rio do Barro. O desvio liga a cidade de Ituberá a Nilo Peçanha, na BA-001. Por conta das fortes chuvas na Bahia na última semana, a ponte do Barro, na entrada de Ituberá desabou no dia 17, deixando a cidade completamente sem acesso.
O órgão recomenda que os carros pequenos passem com cautela pela desvio e os de grande porte optem por vias alternativas. Os que saírem de Ituberá, poderão usar a via Camamu/Travessão/BR-101, já pelo lado de Nilo Peçanha os motoristas devem usar a ligação Valença/BR-101.
Foto:Divulgação/Prefeitura Municipal de Ituberá

A ROUBALHEIRA CONTINUA


testemunha que é considerada chave no inquérito que apura desvios de dinheiro na Prefeitura de Itaguaí, Baixada Fluminense, disse que acompanhou o prefeito da cidade, Luciano Motta (PSDB), com malas e malas de dinheiro para que o prefeito fizesse compras de Natal. Como mostrou o Bom Dia Rio desta quarta-feira (24), Motta é o principal investigado pela Polícia Federal, suspeito de chefiar uma quadrilha que desviava verbas dos royalties do petróleo e do Sistema Único de Saúde (SUS). Além dele, três secretários de estado seriam beneficiados por um esquema de corrupção que consumia pelo menos 30% do orçamento da cidade, algo em torno dos R$ 10 milhões por mês.
Apesar do medo, porque diz que pode ser morto a qualquer momento, a testemunha concordou em gravar a entrevista. Ele afirma que carregou malas cheias de dinheiro para pagar roupas, eletrodomésticos e automóveis. "Pegamos lá duas malas, duas bolsas grande de dinheiro, fomos pro shopping e ele falou: 'agora vou comprar meu presente de natal'", contou.
Televisão de R$ 99 mil 
O homem se refere à televisão de 85 polegadas,  comprada, segundo os agentes federais, por R$ 99 mil em dinheiro vivo. O prefeito Luciano Motta, que ganha R$ 25 mil por mês, era visto dirigindo uma Ferrari, avaliada em R$ 1,2 milhão. O carro estaria no nome de um ex-frentista, apontado como laranja pela investigação.
"Compras exorbitantes que eu avisei a ele, não foi uma, nem duas, nem três, nem quatro vezes. Quando ele começou a desfilar com ferrari, eu falei: 'rapaz, isso vai dar problema para você, vai estar todo mundo te vendo, você é uma figura pública', mas ele não acreditou".
Além disso, em várias ocasiões, o homem ajudou o prefeito a levar dinheiro vivo para pagar a compra de roupas. Algumas destas compras passaram dos R$ 50 mil, ainda segundo a entrevista.
"Eu convivi com ele durante quinze meses. E nesses quinze meses eu praticamente morei na casa dele, eu fui em casa uma vez, duas vezes por semana, só para pegar roupa. Morei na casa dele. Então eu tive todo aquele convívio, e tinha essas gastações de roupa, entendeu?"
Esquema de corrupção
O prefeito Luciano Motta não foi ouvido oficialmente sobre as denúncias. Segundo a polícia, o depoimento dele ainda não tem data marcada. No inquérito, a PF anexou vários vídeos, feitos pela testemunha ouvida na reportagem. Um deles mostra o secretário de Turismo de Itaguaí, Ricardo Soares, conversando sobre o esquema de corrupção no município.
"Luciano: Você vê que o Amaro agora quer dez por cento de tudo.
Ricardo: eu vou pegar meu caderno para escrever. Atrás dele, tem que dar 10% por cento de tudo. Ué, vai fazer o quê? Quer dez por cento, eu acho lógico beleza. É a função do Amaro é recolher dinheiro".
A conversa se refere a Amaro Glagliardi, secretário de Assuntos Extraordinários e assessor do prefeito Luciano Motta.
Bens não declarados
Em 2012, no registro da candidatura enviada ao TRE, Luciano Motta declara não ter nenhum bem. Mas, os agentes da Polícia Federal dizem que ele é dono de uma casa de praia de luxo em Mangaratiba, no Sul Fluminense, e de um Porshe. Na semana passada, uma operação da Polícia Federal apreendeu computadores e documentos na prefeitura de Itaguaí.
"Nós estamos analisando toda a documentação. A partir desta análise, nós podemos avaliar novas frentes e poder ouvir mais pessoas e concluir a investigação," disse Hylton Coelho, delegado da Polícia Federal de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
A produção da reportagem tentou ouvir o prefeito Luciano Motta e o secretário de Turismo do município, mas a assessoria da Prefeitura de Itaguaí disse que eles não vão se pronunciar sobre as denúncias.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

CONTAS REPROVADAS

Ex-prefeitos da cidade de Camamu têm contas reprovadas

no Blog de Reinaldo de Carvalho


001 (1)
 
 
 A relatoria determinou a formulação de representação ao Ministério Público contra os dois gestores, imputando a Ioná Queiroz multa no valor de R$ 5 mil e ressarcimento de R$ 4.216,22 pelo pagamento de juros e multas por atraso no cumprimento de obrigações. Ao gestor Américo José foram aplicadas multas de R$ 20 mil e R$ 36 mil, além do ressarcimento de R$ 2.883.254,64, com recursos pessoais, em razão da ausência de comprovação de despesas realizadas, assim como de comprovação de pagamentos, processos de pagamento não encaminhados ao controle da inspetoria regional do TCM e saídas de numerários de várias contas específicas sem os documentos correspondentes.
A fiscalização orçamentária foi realizada pela 17ª Inspetoria Regional de Controle Externo do TCM, que produziu o relatório técnico relatando diversas falhas e irregularidades, sobre as quais apenas a gestora apresentou justificativas para o período a que esteve à frente da prefeitura, uma vez que o seu sucessor preferiu não prestar esclarecimentos.
Assim sendo, foram sanadas apenas parte das questões relacionadas, de modo que as pendências remanescentes, comprometeram o mérito das contas. Os gestores também não cumpriram os percentuais mínimos de investimento em educação e saúde.
Cabe recurso da decisão.
Foto: Reprodução
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2014 - 2015

19/12/2014
 Na Veja por Reinaldo Azevedo

Em 2014, horror e maravilha!


Estamos chegando ao fim de 2014, ano em que horror e maravilha se encontram. O horror é de todos conhecido a esta altura. O estado brasileiro está sendo assaltado, espoliado, dilapidado.
O estado, meus caros, reúne tudo e nada ao mesmo tempo: nele estão as instituições, o ordenamento jurídico, os direitos assegurados, as expectativas de direito, os valores que nos permitem conviver de forma mais ou menos harmoniosa etc. Mas, quando falamos em estado, as pessoas desaparecem, somem, perdem, como dizia o poeta, a sua carnadura concreta.
Sim, o estado, numa democracia, nada mais é do que o conjunto dos interesses dos cidadãos traduzido numa ordem abstrata. Estados existem para servir aos indivíduos, não o contrário. Ora, mas são tantos os interesses, tão distintas as inclinações, tão diversas as convicções, tão várias as ideologias, que cabe a pergunta: “Pode um ente abarcar tamanha largueza?”.
A resposta: pode, sim! E tanto mais o fará quanto menos fizer. Vale dizer: o estado mais presente é o menos presente. Um estado gigante deixa de ser um árbitro para ser uma parte do jogo. E produzirá injustiças em penca. Precisamos de um estado mais forte e mais presente na segurança pública, na educação e na saúde. E precisamos que ele saia com urgência da operação da economia propriamente dita. Ao fazê-lo, ele deixa de articular as diferenças e passa ser uma espécie de gendarme em favor de uns poucos privilegiados.
A roubalheira na Petrobras, à diferença do que diz a presidente Dilma, não é apenas obra de indivíduos, de pessoas. É mais do que isso: a roubalheira na Petrobras é fruto de um modelo de gestão, de um sistema, de um modo de entender a coisa pública, como deixou claro  o ministro Gilmar Mendes em entrevista exclusiva ao programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan.
Não estamos sendo assaltados apenas por uma quadrilha. Estamos sendo assaltados, também, por farsantes ideológicos — o que significa, então, a farsa dentro da farsa. Sob o pretexto de produzir justiça social, um bando destrói o patrimônio brasileiro e compromete o futuro do país. Pior para todos nós, mas especialmente para os pobres.
Mas eu falei que o ano de 2014 também traz sinais de maravilha. Percebo um saudável despertar das consciências; noto que é crescente o inconformismo como esse estado de coisas; meus radares detectam uma insatisfação saudável com aqueles que se querem donos do nosso destino. Ao mesmo tempo em que as safadezas da Petrobras nos deixam estarrecidos, elas também nos informam que, de verdade, donos do nosso destino somos nós mesmos.
A democracia não comporta salvadores da pátria; a democracia não comporta demiurgos; a democracia não comporta discursos salvacionistas. A cada dia, mais gente se mostra insatisfeita com esse jogo rasteiro do “nós contra eles”, da política exercida como guerra de todos contra todos, o que, como vemos, só atende aos interesses de ladrões e vigaristas ideológicos.
Sabem por que a Petrobras se tornou aquele antro? Porque os que passaram a decidir seus destinos agem como vencedores de uma guerra sem regras. À moda de tempos idos, de pouco apuro moral e ético, acreditam que a vitória lhes dá o direito de saquear, de estuprar, de humilhar, de eliminar os sobreviventes.
A sociedade está aprendendo a reagir e ganha as ruas não para demonizar pessoas, mas para reivindicar o cumprimento das leis definidas pelo jogo democrático.
Este blog  é parte dessa luta e se orgulha muito disso. Não serve a este ou àquele, mas pensa e se posiciona sem falsos pudores. Não tem receio de chamar as coisas e as pessoas pelos seus respectivos nomes. Não ofende, mas confronta. Não agride, mas diz “não” quando julga ser o caso. Não concede, mas diz “sim” quando também julga ser o caso. Não trai jamais seus leitores porque não esconde o que pensa; não se refugia no conforto de uma posição nem-nem; escolhe sempre um caminho.
E nós seguiremos adiante: com alegria, com determinação, com destemor — já que a coragem não deve ser tomada como atributo de homens raros. É só uma obrigação.
Por Reinaldo Azevedo