quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A VIDA CONTINUA


sai 14 e começa 20015, por alvaro
(REPUBLICAÇÃO)

Último dia do ano. Chegamos ao fim.
O ocaso de um novo ciclo.
FIM DE 14 E COMEÇO DE 15
No entanto
Como todo milagre a vida se renova
Desdobra-se em esperanças.
As pessoas ficam mais amáveis, mais fraternas, mais humanas
Como que nun passe de mágica.
 O ano vai-se, como todos nós um dia
Um de cada vez, cada um na sua hora. Às vezes todos de vez.
Todos irão.
Saltaremos em outro porto, um dia.
Na verdade somos passageiros de um barco cheio de gente
E teremos que saltar e deixar pra trás tanta gente querida
Tanta entes queridos que a gente desejaria fosse eterno.
Quanta saudade na despedida.
Mas, temos que ir seguindo o destino.
A vida não pára e é preciso caminhar.
Tropeçar faz parte, mas persistir é preciso
Na busca do amor, da fraternidade
Na busca do encontro.
E preciso ir ao encontro do outro.

Por isso, não há razões para adiar
 A oportunidade do encontro
Ele é a véspera da separação.
O encontro antecede a despedida
E às vezes não temos outra oportunidade
De chegarmos antes da partida.

Mais que tudo o encontro humano
É a mais rica experiência da vida.
 Nos reconhecemos no outro
Por que sozinhos somos incapazes de nos reconhecermos.
É doloroso mas é preciso reconhecer
Precisamos do outro e existimos por isso.
Precisamos do professor, do vizinho, do amigo...
Pois nos vestimos para sermos vistos
E falamos para sermos ouvidos.
Não podemos adiar o encontro
Amanhã pode ser tarde
Amanhã é outro dia
E o outro pode não estar mais lá.
 Como dói chegar atrasado.
No milagre do encontro, a relação humana
Nos faz renascer. Atualiza-nos.

Às vezes temos divergências.
Mas o que é a divergência
Senão expressão de liberdade e  de individualidade?
E o que é a divergência senão nosso direito de opinião?
Liberdade e divergência é a retratação da presença do outro.

E a verdade?
O que é a verdade senão a nossa própria verdade.
Existem muitas verdades que não a nossa.
É preciso tolerância para ouvir todas as verdades.
Senão não teremos espectadores para ouvir a nossa verdade.

E porque devemos respeitar?
Para que nos respeitem.

E porque devemos amar?
Para que sejamos amados.
Quando não nos sentimos amados
Nos tornamos agressivos e mal humorados
De mal com a vida, amargos, desalmados.
Sem entendermos o segredo sagrado do encontro.
O amor nasce do encontro
Através de nós se torna gente
Por isso essa oportunidade não pode ser negada
Sob pena de negarmos o amor dos homens e o amor de Deus.

O desamor é um processo lento e enviesado de suicídio

Desse modo, o último dia do ano
É véspera do primeiro dia do ano seguinte
Uma oportunidade que a vida nos dá
Para recomeçarmos
Deixando com as cinzas do ano que passou
Nossas amarguras, nossos rancores, nossas mágoas;
O dia do ano seguinte é o dia da esperança
É a porta do templo do encontro
Que nunca é igual a outro dia qualquer
Porque nenhum dia é igual a outro
Como também não há ser humano igual
Somos únicos.

Cada dia é um milagre de Deus
Cada ser humano também é.
E Deus nos deu o ano novo
Para nos renovarmos
Para nos redimirmos
Para perdermos a vergonha de perdoar
Para descermos do pedestal da arrogância
Para irmos ao encontro do outro
O outro, nossa sombra e nossa projeção
O outro nós mesmos.
O Grande outro, Jesus Cristo.



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