segunda-feira, 24 de novembro de 2014

DEBAIXO DO COLCHÃO

Sobre bancos e lobos ou,
dinheiro debaixo do colchão
por alvaro

No mundo capitalista o dinheiro é a mercadoria mais cobiçada, ícone até do próprio sistema. Os bancos vendem e guardam dinheiro. Trabalha com nosso dinheirinho contado, nossa merreca. Com o dinheiro do suor produzido no trabalho, duro, às vezes. Para não fugir à regra, a cobiça pelo dinheiro dos outros pode ser a inspiração do banqueiro. Fato é que os banqueiros ensinam, quando não, obrigam os bancários a se sentirem donos do dinheiro alheio. Com disseram alguns grandões do PT, fazem o diabo com nosso dinheiro. E transformam nossa vida num inferno.

Não sei por que, no Brasil de hoje, e de ontem também, só o cidadão comum tem obrigações. Quanto mais simples e humilde mais obrigações. Direitos tem os grandes. E, no mundo capitalista, quem é maior que os banqueiros que trabalham com a mercadoria que, por si só, justifica as transações nesse universo onde tudo é comprado e tudo é vendido?

Enquanto políticos vendem ilusões os bancos vendem dinheiro. Enquanto palhaços vendem riso fácil, instituições financeiras vendem, a preço de ouro, pedaços de papel – papel moeda, grana, merreca, dinheiro. Mas, nesse tratado de compra-e-venda, que me atrevo a escrever o primeiro capítulo, o problema não é o comércio em si, mas, a extorsão. O custo do dinheiro é objeto da discussão que agora travo com o nada, para ninguém se incomodar, mesmo por que, eu sou o único que reclamo publicamente através de uma rede social dos desmandos de autoridades e instituições que tentam usurpar nossa cidadania. Os outros, só resmungam, quando fazem. Até já me disseram que eu não deveria chamar ladrão de ladrão, que não deveria chamar corrupto pelo nome. A indignação pelo absurdo que os banqueiros nos impõem acaba quando o cartãozinho de plástico ordena o saque, quando o comando é atendido pela máquina e o dinheirinho é cuspido pela fenda barulhenta daquela engenhoca eletrônica que só dá o que quer, quando quer e ainda nos fiscaliza quando sacamos o que é nosso, quando pegamos nosso dinheiro. Bisbilhotam nossa ação através de uma câmara escondida no próprio terminal eletrônico, como nas pegadinhas transmitidas em programas de televisão, para provocar risos do telespectador.

Os banqueiros quase não cumprem a lei: desrespeitam a lei que limita o tempo e o tamanho das filas, até o bloqueio do dinheiro alheio. Os caixas-eletrônicos só disponibilizam cédulas quando querem. Geralmente estão abarrotados de notas na hora que você menos precisa. Quando você precisa de sua própria grana, nada. Os banqueiros no Brasil ditam as normas – fazem e aplicam as leis à revelia do Congresso e dos Tribunais. Nós, almas penadas, cumprimos s sentença. Cumprimos por que não nos resta outra alternativa. O botão do controle fica na mesa do banqueiro. Guardam nosso dinheiro, permitem o saque quando e quanto querem, pagam baixos rendimentos por aplicações mas, quando emprestam, fazem a juros escorchantes, nos obrigando a contratar os mais diversos tipos de seguro e de aplicações que não desejamos e geralmente não precisamos naquele momento de aperto e racionamento. Mas, como precisamos do dinheiro, aceitamos tudo, inclusive os contratos criptografados, ilegíveis e escritos no juridiquês mais empolado que já se viu.


Não nos resta outra alternativa. Chegou a hora de eliminar os bancos, ou seja, inviabilizar o ofício de banqueiro. Inviabilizar nunca depredando o patrimônio particular, os prédios suntuosos das instituições financeiras, coisa que só é permitido ao MST mas, guardando o dinheiro debaixo do colchão e impondo aos banqueiros a morte de suas vacas leiteiras por inanição. Se não depositarmos dinheiro nos bancos eles não conseguem operar nem se manter de pé. Mahatma Gandhi, na Índia quando ainda império inglês, na década de cinquenta, afrontou a Coroa Britânica cruzando os braços, através de seus discursos, de trabalhadores braçais e incentivando o bloqueio e a produção e distribuição de sal e de índico blues. Com a força da desobediência civil e armado do slogan de não agressão, venceu os imperialistas e fez a Índia independente do imperialismo inglês. 

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