Sobre bancos e lobos ou,
dinheiro debaixo do colchão
por alvaro
No mundo capitalista o
dinheiro é a mercadoria mais cobiçada, ícone até do próprio sistema. Os bancos
vendem e guardam dinheiro. Trabalha com nosso dinheirinho contado, nossa
merreca. Com o dinheiro do suor produzido no trabalho, duro, às vezes. Para não
fugir à regra, a cobiça pelo dinheiro dos outros pode ser a inspiração do
banqueiro. Fato é que os banqueiros ensinam, quando não, obrigam os bancários a
se sentirem donos do dinheiro alheio. Com disseram alguns grandões do PT, fazem
o diabo com nosso dinheiro. E transformam nossa vida num inferno.
Não sei por que, no Brasil de
hoje, e de ontem também, só o cidadão comum tem obrigações. Quanto mais simples
e humilde mais obrigações. Direitos tem os grandes. E, no mundo capitalista,
quem é maior que os banqueiros que trabalham com a mercadoria que, por si só,
justifica as transações nesse universo onde tudo é comprado e tudo é vendido?
Enquanto políticos vendem
ilusões os bancos vendem dinheiro. Enquanto palhaços vendem riso fácil,
instituições financeiras vendem, a preço de ouro, pedaços de papel – papel
moeda, grana, merreca, dinheiro. Mas, nesse tratado de compra-e-venda, que me
atrevo a escrever o primeiro capítulo, o problema não é o comércio em si, mas,
a extorsão. O custo do dinheiro é objeto da discussão que agora travo com o
nada, para ninguém se incomodar, mesmo por que, eu sou o único que reclamo
publicamente através de uma rede social. Os outros, só resmungam, quando fazem.
A indignação pelo absurdo que os banqueiros nos impõem acaba quando o
cartãozinho de plástico ordena o saque e o dinheirinho é cuspido pela máquina,
aquela engenhoca eletrônica que só dá o que quer, quando quer e ainda nos
fiscaliza sacando o que é nosso através de uma câmara escondida.
Os banqueiros não cumprem a
lei: desde o respeito pela lei que limita o tempo e o tamanho das filas, até o
bloqueio do dinheiro alheio. Os caixas-eletrônicos só disponibilizam cédulas
quando querem. Geralmente estão abarrotados de notas na hora que você menos
precisa. Quando você precisa de sua própria grana, nada. Os banqueiros no
Brasil ditam as normas – fazem e aplicam as leis à revelia do Congresso e dos
Tribunais. Nós, almas penadas, cumprimos s sentença. Cumprimos por que não nos
resta outra alternativa. O botão do controle fica na mesa do banqueiro. Guardam
nosso dinheiro, permitem o saque quando e quanto querem, pagam baixos rendimentos
por aplicações mas, quando emprestam, fazem a juros escorchantes, nos obrigando
a contratar os mais diversos tipos de seguro e de aplicações que não desejamos
e geralmente não precisamos naquele momento de aperto e racionamento. Mas, como
precisamos do dinheiro, aceitamos tudo, inclusive os contratos hierografados,
ilegíveis e escritos no juridiqûes mais empolado que já se viu.
Não nos resta outra
alternativa. Chegou a hora de eliminar os bancos, ou seja, inviabilizar o
ofício de banqueiro. Inviabilizar nunca depredando o patrimônio particular, os
prédios suntuosos das instituições financeiras, coisa que só é permitido ao MST
mas, guardando o dinheiro debaixo do colchão e impondo aos banqueiros a morte
de suas vacas leiteiras por inanição. Se não depositarmos dinheiro nos bancos
eles não conseguem operar nem se manter de pé. Mahatma Gandhi, na Índia quando ainda
império inglês, na década de cinquenta, afrontou a Coroa Britânica cruzando os
braços, através de seus discursos, de trabalhadores braçais e incentivando o
bloqueio e a produção e distribuição de sal e de índico blues. Com a força da desobediência civil e armado do slogan
de não agressão, venceu os
imperialistas e fez a Índia independente do capitalismo inglês.
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