segunda-feira, 13 de abril de 2015

O POVO NA RUA


manifestações de rua - DIA 12 DE ABRIL
por alvaro



Na democracia a liberdade de expressão faz parte da engrenagem do sistema. Aí não cabe adjetivar - democracia relativa, democracia moderna, democracia completa, democracia avançada. O regime democrático pressupõe liberdade de expressão. E neste caso, pedir o impeachment da presidente, é pauta. Pedir a volta do regime militar é uma aspiração de pouquíssimos. E dizem, a Constituição Federal proíbe este tipo de demanda. Como é contra o PT a chiadeira é geral. Mas, o PT na oposição já pediu tudo que é possível. E até o impossível, dentro e fora da lei. Lula dizia que "nunca antes na história desse pais" nada de inusitado haveria sido feito - ele foi o mentor do universo por aqui. Ele foi o criador, o inventor de tudo. E quando alguma coisa estava errada, o culpado sempre foi FHC.

As manifestações de rua ocorridas no dia 12 de abril, de norte a sul, em todo o Brasil, transcorreu de forma ordeira na quase totalidade. Não foi tão expressiva, em número, como a que ocorreu em 15 de março. A contagem de pessoas aponta para próximo de um milhão nas ruas pedindo o impeachment da presidente e o fim da corrupção como pautas principais. De modo crescente Lula começa a aparecer como um dos motivos da manifestações. Lula vem sendo identificado, cada vez mais por maior número de pessoas como alvo da ira do povo. A maioria dos manifestantes querem: fora Dilma, Lula e o PT.

Em Salvador, onde participei dos protestos, o clima foi de pouca beligerância. O aparato policial foi pesado mas parece que não houveram grandes choques com a polícia - saí antes do final. O povo demonstrava estar em clima de esquentar o motor. As centrais sindicais compareceram e lideraram os protestos. Porem a maioria dos presentes na Barra em Salvador não tinha ligação política partidária nem sindical. O povo estava estilizado, vestindo verde e amarelo e muitos pintados com as cores da bandeira brasileira. No Farol da Barra alguns representantes de entidades sindicais discursaram. Os oradores, fracos na retórica e na eloquência, não foram capazes de mobilizar e agitar a multidão.

O que deve ser lembrado é que as grandes redes sociais deram pouco destaque ao acontecimento. Seguiram suas programações normais. Na TV aberta quase nada se via de notícias sobre os protestos, com raras exceções.

Dizem que pedir o impeachment de Dilma e a volta do regime militar afronta a constituição e é golpismo. Que é amoral. Amoral é o PT propor e o Congresso Nacional aprovar o Programa Mais Médicos, uma excrecência do começo ao fim, que foi empurrado guela abaixo, com a conivência de muitas porções da sociedade civil organizada, que foi divulgado com propaganda de matizes nazistas e fins puramente eleitoreiros e ideológicos, que convenceu boa parte de brasileiros "esclarecidos" com o argumento que melhor "meio-médicos cubanos" que não ter médicos. Ficou estabelecido ali um precedente perigosíssimo, pois, agora o governo pode lançar mão do expediente para qualquer categoria profissional.  Enquanto isso, no mundo da política, maginem se, depois do precedente, com vácuo deixado pela "presidenta" como ente gerencial, fossem buscar em Cuba um vice-presidente para desempenhar o papel político encomendado a Michel Temer, com o mesmo argumento intelectualmente canalha. 



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