CIDADANIA – CONSCIÊNCIA CÍVICA, por Alvaro
Não é mais possível esperar os órgãos de defesa da comunidade e da cidadania com seus passos de tartaruga,
quase nada fazer para amparar nossos direitos constitucionais. Há muito, quem
sabe durante toda a existência desse gigante chamado Brasil, a cidadania existe
capenga. Quando o cidadão deve ao estado – Prefeitura, órgãos estaduais, União –
se não quitar o débito sofre penalidades: a energia é cortada, o fornecimento
de água é interrompido, o CPF é bloqueado. Quando os buracos nas péssimas
estradas cortam o pneu do carro, atrasa a viagem ou provoca acidentes, nada
acontece. É sofrido ser cidadão no Brasil varonil. O cidadão é que é um anão
deitado eternamente em berço de espinhos. Agora o blecaute na energia elétrica
está nos rondando. A criminalidade nos insere no contexto de uma guerra civil.
Se não bastasse, vândalos e militantes de alguns grupos
radicais, infiltram-se em manifestações de legítimas finalidades para espalhar o terror, danificando o patrimônio público e
também particular, quando não ferindo pessoas e arriscando a vida de inocentes.
O cinegrafista Santiago está internado num Centro de Tratamento Intensivo,
correndo risco de morrer. A imprensa, avisada que estava desde o episódio com
um dos comandantes da polícia em São Paulo, que mesmo agredido pediu que a
tropa se contivesse, ainda fica olhando o cenário com cara de paisagem. O Ministério
da Justiça não age com firmeza. As autoridades são omissas e lenientes. E o
povo, responsável por votar em enganadores, deve acordar e valorizar seu voto.
Ou o eleitor exerce responsavelmente seu direito, votando certo, ou sua
cidadania estará sempre sendo jogada na lata do lixo. O dinheiro que alguns
políticos usam para comprar votos é roubado dos cofres públicos. Ou saqueia o
erário antes ou depois das eleições. Vejam a maioria dos ex-prefeitos que se candidatam como estão distribuindo dinheiro a rodo, comprando tudo que pareça eleitor votando.
Se há uma ação urgente, primária, estruturante é despertar a
cidadania em cada pessoa Brasil afora. Nada é mais fundamental que a consciência
cívica aflorada. É papel do Legislativo criar leis e fiscalizar o executivo.
Geralmente não faz nem uma coisa nem outra. É função do Ministério Público
defender a cidadania. Faz pouco. Quem duvida que, se os mensaleiros estão atrás
das grades, que o Presidente do Supremo não foi o motor que quebrou como um trator
o muro da impunidade em relação aos poderosos? Joaquim Barbosa, vez por outra, até forçou a barra. Mas, se ele não fosse o presidente do STF nenhum mensaleiro
estaria na cadeia. Os outros são juízes de juízos mais amenos, atitudes mais
complacentes e palavras mais doces. Por isso mesmo, alguém tem de puxar a fila, correr
riscos, fazendo sacrifícios, caminhando contra a corrente dos indolentes. Vamos
construir uma cidadania altiva que o Brasil muda. Não tenho dúvidas.
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