07/02/2014
às 18:32 \ Política & Cia - Ricardo Setti na Veja.comHOMICÍDIOS: quando é que vamos deixar de ter índices de Quinto Mundo?
Só 8% dos 50 mil homicídios cometidos por ano no Brasil são esclarecidos (Ilustração: 123rf.com)
Publiquei dias atrás um post lembrando que, no Brasil, mata-se 38 vezes mais do que na Espanha — país que há seis anos vive uma brutal crise econômica e social, com centenas de milhares de famílias perdendo suas casas e quase 30% de índice de desemprego, país que passou por uma cruenta guerra civil (1936-1939) em que morreram 1 milhão de pessoas, país onde há nacionalismos arraigados — em que um deles, o do País Basco, levou a décadas de terrorismo da organização separatista ETA.
Essas 38 vezes mais são uma barbaridade, uma vergonha, um absurdo, uma chaga exposta.
Pois bem, vou citar outros dados espantosos, compulsados pelo jurista Luiz Flávio Gomes.
Dos cerca de 50 mil assassinatos cometidos por ano no Brasil, só 8% são solucionados pelas autoridades.
Sabe qual é essa estatística na França? 80%.
Agora, por extenso: no Brasil, apenas oito por cento dos homicídios são solucionados.
Na França, oitenta por cento dos assassinatos são esclarecidos.
O país aspira a estar no Primeiro Mundo, não é mesmo? Pois bem, nesse terreno crucial da segurança pública, e especificamente da punição por quem comete o crime dos crimes — tirar a vida de outra pessoa –, continuamos atolados na lama de um Quinto Mundo.
Tags: assassinatos, Brasil, Espanha, França, homicícios, homicídios solucionados, Luiz Flávio Gomes, primeiro mundo, Quinto Mundo
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