sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PAIXÃO, PAIXÃO

PAIXÃO, PAIXÃO
Um poema escrito por Álvaro

“Agua de morro abaixo
Fogo de morro acima”

Sou:
seu pensamento
seu argumento
Sou:
seu impulso
seu rumo
seu vento.
Sou:
 sua trilha
que brilha
no escuro.
Sua bússola
que não aponta para nada.
Sou:
seu ontem
e seu amanhã
Sou:
 seu sangue
que sugo
E seu oxigênio
que respiro e engulo.
Sou:
 um atalho
prá nosso abismo.
Se não lhe vejo
encalho
naufrago
descarrilo.
Acabou a moral!
Acabou a paz
a tranquilidade mental
a pausa intersexual
a digestão
a combustão.
Acabou a fumaça
Tudo acabou.
O tempo foi congelado.
Não sou mais ninguém
Vejo-me apenas
no seu espelho
como um pentelho
do seu púbis.
E, sem argumentos,
tento lhe convencer.
Sou meu caixão
com um corpo morto
que produzi
na contramão
das vias sem acesso.
Sou retrocesso
de mim mesmo.
O ardor da paixão
queima o coração
cinza a alma,
quebra os ossos
mastiga a carne
range os dentes 
E você é
meu objeto
dejeto que produzi
assim nessa loucura
no manicômio dessa paixão.
E, você não existe!

A fantasia não reflete no espelho.

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