terça-feira, 30 de julho de 2013

A IMPERMEABILIDADE DO SER



A IMPERMEABILIDADE DO SER
Escrita por Alvaro em 30/07/13




Está você impermeável agora?
Precisa ser assim – só consegue isso? 
Precisa fechar-se em seu casulo?
Não ver o mundo passar - esquecer
Precisa se defende – não olhar
O mundo lhe é hostil – chega prá cá.
É inverno, lá fora está frio.
Fechando-se em seu casulo
Aparentemente
Ninguém pode lhe vencer.
Vai  atingir seu objetivo?
Pode ser...
Vai vencer na raça - é prá se ver
Não sei quem,  nem o que
Mas lhe disseram  que você tem que vencer
(Eu vou vencer, vou vencer, vou vencer.)
Vencer o vento em ventania
A água em enxurrada
E as mentes vazias.
Quando terminou infância 
Já fantasiei várias equações – pensei que a solução
Acharia fácil, com alegria de carnaval
Ou com tristeza de velório
Ou com a valentia dos guerreiros.
Pensei  quando tinha 15 anos
Que tudo acharia na adolescência – passou, não foi, não achei.
Foi-se com a adolescência o primeiro amor – ficaram lembranças.
Mirei  no ser humano adulto – vi que não era ali:
Pensei que adulto tinha juízo, equilíbrio, consciência – nem sempre tem.
Então – sonhei outras mágicas soluções:
Passar no vestibular – vi que depois, tem muito que estudar.
Então eu disse: agora eu sei, com certeza
A chave é a formatura  – mas não é, não dura, são poucas horas
É o tempo de uma cerimônia cara – uma missa, uma recepção
e uma solenidade arrastada que não acaba mais.
O  que vou fazer, pensei?
Voltar a ser criança – não dá.
Correr para alcançar – me cansa.
Andar para não cansar – não alcança.
Dormir prá me desviar  – vingança.
Calar para não dizer – morrer.
Não dá - não sou suicida – chega prá lá
Morrer para não viver – não ria que é covardia.
Eis a questão – ser ou não ser?
SER - Impermeável – é como posso me viver
Me defender.
Fechada a qualquer abordagem – é como sei viver.
Blindada prá não mais sofrer.
Sou um saco de desculpas – de plástico
Uma montanha de culpas – e elásticos
Uma bolha de solidão – nessa imensidão.
Não agüento mais ninguém que não me agüenta.
Não agüento mais culpar terceiros
Quero longe de mim:
Terceiros, quartos e quintos. Primeiros...
Daqui a pouco, descubro que não me aguento mais...
Sinto que vou parar ali na frente, logo alí
Por falta de combustível
E se tiver combustível para continuar - vou explodir –bum!.
IMPLORO UM MILAGRE:
Quero ressuscitar sem morrer
Reencarnar no corpo de um passarinho
Ser beija-flor desde pequenininho
E corajosamente voar do ninho
Que aquece, que agasalha
Mas algema, atrapalha, barra.
Voar do ninho
Prá beijar todas as pessoas que não beijei
e todos os beija-flores que rejeitei
Depois:
Pairar no ar, serena e vigorosa
mas acima de tudo livre
E assim curar minha cegueira
prá recomeçar enxergando tudo
E principalmente estar com Deus – cara-a-cara
Pois dizem que Deus é amor.
E que o amor de Deus faz a gente
Ver as coisas com mais simplicidade
E enxergar que aquilo é mais simples
Ver
O que é mais importante,
mais essencial, mínimo, mas essencial.
A diferença – é o resultado da subtração de duas parcelas.
Mas a diferença é que faz a diferença.
E é a conta que eu não sei fazer.



Nenhum comentário:

Postar um comentário