segunda-feira, 25 de novembro de 2013

TURISMO - CAMAMU I

UM POUCO DE CAMAMU

PARTE I - Por Alvaro


Camamu é uma cidade baiana localizada na região do Baixo Sul, Costa do Dendê, à uma hora e trinta minutos de carro de Valença e quarenta e cinco minutos da Br 101 saindo pelo distrito de Travessão já próximo a Ibirapitanga e Ubaitaba. Dista de Salvador próximo de 180 km do Terminal do Bom Despacho. Sua população é de aproximadamente 35 mil habitantes e a área ocupada pelo município de 8500 km2(*). Sessenta e cinco  a setenta por cento dos munícipes vivem na zona rural e trinta e cinco  a quarenta por cento  no centro urbano, na sede do município. Nos distritos, aí sim, há ainda recantos quase intocados, tanto do ponto de vista geográfico e ecológico, com do ponto de vista cultural. No centro do município, na sua sede - Cidade de Camamu - o acervo cultural é muito rico, destacando-se a igreja da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Assunção, um prédio histórico que além de templo católico é  um monumento do Brasil colonial. O município de Camamu ocupou vasta área territorial, fazendo divisa com Ilheus,  cercanias de Jequié e de Santo Amaro da Purificação. Os últimos distritos a se emanciparem foram os de Igrapiuna e Ibirapitanga, hoje cidades prósperas. O distrito de Travessão luta pela emancipação, cansado que estão os seus moradores do descaso e do abandono.

 Seguindo a rota da sede do município em direção a Br 101, trecho Ibirapitanga – Ubaitaba passamos pelos distritos de Acarai, Orojó e Travessão e outros povoados menores. Travessão é o segundo colégio eleitoral do município e também um dos mais esquecidos pelas últimas administrações, porisso luta por sua merecida emancipação.  Pinaré, bem próximo da Sede,  tem acesso  via terrestre, também, utilizando a Ba 001, a mesma que permite o tráfego de veículos provindos de Porto Seguro, Ilhéus, Itabuna e outras cidades para Salvador e para todo o Norte e Nordeste do país que querem usar o sistema Ferri-Boa. A Ba001 passa por Igrapiuna, Ituberá, Nilo Peçanha, Taperoá, Valença e Nazaré  das Farinhas e tem como ponto final o Terminal Marítimo de Bom Despacho na Ilha de Itaparica, onde está localizado o pátio de embarque e desembarque do Sistema Ferry Boat, na baia de Todos Santos. Os distritos marítimos do município de Camamu são: Tapuia, Barcelos, Cajaíba do Sul e Ilha Grande. E ainda Aldeia Velha e Ponta de Caeira, Porto do Campo. Povoados menores cujo acesso se faz pela estrada Cmamu – Itacará são denominados  Enseada, Laranjeira, Garcia, Maria Ribiero e Condurú e Pedra Rasa. Na sede, há uma cidade, tipicamente urbanizada, suas ruas são vias de tráfego de veículos motorizados de qualquer porte, a exemplo de ônibus, caminhões e carretas, pequenos automóveis e motos. Vale ressaltar que a primeira rodovia construída  no município, a Camamu – Valença ocorreu por iniciativa do Prefeito Wanzerley Luiz de Jesus. 

Os burros, cavalos e jegues que atravessam algumas ruas da cidade, são hoje raras exceções, diferente de um passado que já se vão quase cinquenta anos. Temos uma agência Bancária do Banco do Brasil, a maior, e menores do Bradesco e Caixa Econômica Federal. Falta um terminal rodoviário condizente com o porte do município. A maioria das ruas da cidade é calçada a paralelepípedos ancorados por cimento e algumas poucas asfaltadas. Existem ruas estreitas a exemplo do centro histórico em Salvador, mas são minorias. Temos, além de agências bancárias, uma agência de Correios de importância histórica para o município, uma do INSS e escritórios do IBGE e CEPLAC. Temos pelo menos dois sindicatos já bem estruturados: o dos Funcionários Públicos e dos Trabalhadores Rurais. Na sede da cidade  existe uma fábrica de blocos de cerâmica semi-automatizada, um grande estaleiro, uma fábrica de refrigerantes. Há, no centro da cidade, um protótipo de Hospital que está planejado para mais de 30 leitos de pacientes internados e que funciona ininterruptamente, 24h, todos os dias da semana, em regime de plantão, e que está sendo reformado para que seus serviços sejam oferecidos a população com melhor qualidade  e eficiência – Hospital Dr. Álvaro Ernesto - assim denominado em homenagem a um ilustre camamuense.




O comércio é diversificado e mais concentrado na Cidade Baixa embora se espalhe por todo o perímetro urbano. São quatro postos de combustível, um deles para servir o transporte marítimo. Muitas casas comerciais que vendem produtos diversificados. Falta um bom frigorífico, infelizmente. Há um hotel bem equipado – Hotel Rio Acaraí - e muitas pousadas de diversos portes para os mais diversos gostos. A feira livre é mais intensa dia de sábado onde é costume uma boa parte da população ir às compras para suprir suas casas de alimentos frescos – frutas, verduras e hortaliças, principalmente. Para a feira livre aos sábados convergem os camamuenses de todos os lados - das fazendas na "mata", dos distritos marítimos ribeirinhos e do centro urbano principal. Uns para vender produtos e outros para comprar, tornando a feira, além de um evento comercial um dia de intensa troca cultural, de atualização política e de convívio social. 

Camamu, pela sua beleza natural e rica história, comporta receber um manancial turístico fabuloso, mais ainda não estimulado.  A infraestrutura para receber o turista confortavelmente e com segurança se organiza aleatoriamente sem um plano, um projeto do poder publico municipal que, olha de longe o crescimento das visitas turísticas. Maraú, principalmente através de Barra Grande e Itacaré, além de Ilhéus, são os municípios que mais lucram com o turismo. Camamu perde tempo e dinheiro não entrando na rota turística como deveria, o que é uma pena. Se, um dos maiores problemas das cidades é emprego e renda para seus munícipes, quem sabe o turismo não poderia amenizar o problema. Com certeza poderia. Mas os administradores no município preferem as filas na porta da prefeitura. Dá mais votos de cabresto e os mantém no poder imperial.

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