quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CHUVAS NA REGIÃO

VALENÇA E TAPEROÁ E AS CHUVAS

Por Alvaro


Tanto quanto Camamu, Igrapiuna e Ituberá, também Valença e Taperoá  sofrem muito com as chuvas fortes que castigam a região. Provavelmente, Nilo Peçanha e Cairú, não ficaram livres. Parece que, todos os municípios na Costa do Dendê foram de alguma forma atingidos pela chuvarada, alguns mais, outros menos. Fotografamos a situação crítica em alguns deles por onde passamos. Quando for levantado o prejuízo, se for, veremos que situações climáticas não podem ser evitadas, mas cuidar da infraestrutura das cidades, principalmente a drenagem fluvial, o esgotamento sanitário e a contenção de encostas, é uma necessidade inadiável e uma responsabilidade imediata e permanente dos gestores públicos.

Certa vez, há mais ou menos cinco anos, numa segunda feira eu retornava do plantão como médico na sede do município de Cairú, na Unidade de Saúde Salústio Palma, quando  fiquei bloqueado na estrada por que em consequência de uma chuvarada como a que ocorre nesses dois dias, a via de acesso estava intransitável. Vários carros, inclusive o ônibus da linha regular, ficaram impedidos de prosseguir viagem. Uma enorme árvore caiu sobre a estrada, o que não é raro acontecer. Como não há manutenção preventiva o risco é permanente e iminente nessas condições em que vivemos nas últimas 48 horas. Não sei se é possível por via terrestre ter acesso a cidade de Cairú. Provavelmente não.

Na verdade não debatemos que há uma ignorância gerencial ou uma canalhice intelectual que desviam os gestores nas suas ações mais estruturantes, conforme atestam os resultados pífios de seus trabalhos à frente dos municípios. Entram e saem e tudo fica no mesmo. Só as festinhas eleitoreiras e que ficam mais caras e mais sofisticadas. Não são valorizadas as ações de grande impacto positivo na saúde pública, na educação, na mobilidade social. Os “pobres” que eles fazem tantas ações apelativas a cata de votos nas campanhas eleitorais, são os primeiros a serem excluídos. O voto do pobre não se traduz em ações políticas para melhorar a vida desses mesmos atores sociais explorados eleitoralmente. Rede de esgoto, drenagem pluvial, pavimentação de ruas, contenção de encostas, aparelhos públicos recreativos descentralizados, atenção básica e escola fundamental são as reais necessidades dos mais carentes.

Eu fico pensando em estradas do tipo das que dão acesso a cidades como Cairú. Rodovias assim na verdade são uma afronta aos pagadores de impostos. Não há carro que sobreviva aquela coleção de crateras, nem que a gente seja dono de uma fábrica de suspensão e de pneus. Na chuva então. E as arvores que parecem ameaçar os que trafegam nessas esculturas vivas da irresponsabilidade politica e administrativa. Durante os mais de cinco anos que eu trabalhei como médico em Cairú ficava pensando no trajeto para o trabalho: - Onde estão, o prefeito do município e o governador do estado que, diante desse absurdo fazem cara de paisagem e não agem responsavelmente decidindo o que é importante – a trafegabilidade na única via de acesso terrestre a sede do município. E o dinheiro do petróleo e do turismo vai parar onde? A estas perguntas nem os municipalistas sazonais respondem. Mas, alguns jornalistas e analistas políticos acreditam que é comum o dinheiro público percorrer caminhos tortuosos até o seu fim principal que é financiar campanhas eleitorais de político que deixam de empregar o dinheiro público devidamente e durante o período eleitoral saem por aí comprando votos e cabos eleitorais que só tem emprego durante o período de campanhas.

Não basta a Ba001 que nesse outono é uma usina de triturar carros levando os proprietários de veículos a financiarem a irresponsabilidade dos gestores em todos os níveis. Onde está o Governador do estado e os prefeitos que lhe deram votos para sua eleição. Os deputados estaduais precisam mostrar que são independentes na hora de cobrarem a responsabilidade pública e gerencial do Governador. O sistema Ferry-boat já é aquele suplício eterno, juntando-se agora com as estradas intransitáveis, dá a impressão que não temos governador.

Entendo que a defesa do municipalismo se casa e se completa com a defesa de uma gestão responsável referente às necessidades básicas nas cidades, para atender o povo. Todos, em tese, somos municipalistas, mesmo por que, o país e os estados existem nos municípios, onde moram os cidadãos. O estado é uma entidade jurídica administrativa da república, mas o cidadão vive nos municípios, povoando as cidades. É, nos limites de cada cidade e de cada distrito ou povoado, onde ocorre o real contato do político eleito com o cidadão comum – e mesmo assim alguns não respeitam os eleitores e os cidadãos como um todo. As necessidades são sentidas pelos munícipes. A vida humana anda pelas ruas das nossas cidades. Vamos fortalecer os municípios sim, mas vamos gerenciar responsável e inteligentemente os recursos públicos que já existem disponíveis nos diversos  orçamentos que na verdade são recursos que pertencem aos munícipes pagadores de impostos que são.


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