domingo, 8 de dezembro de 2013

  CAMAMU II




Postado por Alvaro
                                      Principal fonte de dados - João Carlos Souto

DADOS HISTÓRICOS


No inicio, antes da descoberta por Cabral, o Brasil e também o que seria Camamu, eram então habitados pelos índios. Os jesuítas se instalaram no estuário do Rio Acaraí em 1561 e ficaram até 1758 quando foram expulsos do Brasil por ordem do Marquês de Pombal.

A ordem para a criação de Aldeia partiu de Ilhéus que instituiu um núcleo populacional sob a invocação de Nossa Senhora da Assunção até hoje padroeira da cidade. Os jesuítas ao chegarem encontraram a tribo indígena dos Macamamus. Dois anos após a criação da Aldeia foi aumentado o território com a incorporação de uma maior gleba de terra por doação do Terceiro Governador Geral Mem de Sá. Pela riqueza de suas terras férteis com grande quantidade de madeira e pela localização estratégica tinha a Vila significado econômico destacado. No final do século XVI o inglês Robert Whithinton, não conseguindo em Salvador, tentou invadir Camamu, mas não teve um êxito fácil.
Em decorrência de dominação espanhola no Brasil, os Holandeses foram vencidos no comércio do açúcar. Em abril de 1624 os Holandeses invadiram Salvador e atacaram Camamu, fato que foi refletido dez anos depois, desta vez encontrando grande resistência. As tentativas continuaram e em junho de 1637, Camamu e Ilhéus foram pesadamente atacados. Os holandeses saquearam a cidade e atearam fogo nas plantações. Para defender-se de freqüentes ataques dos holandeses os habitantes de Camamu aplicaram a estratégia de obstruir o canal do rio, próximo a entrada marítima para a cidade e num local chamado Ilha do Gato foi colocada muitas pedras. Para chegar ao porto da cidade é preciso conhecer o traçado do canal alternativo e quando  a maré está baixa as pedras ainda hoje são vistas. Só os navegadores que conhecem a rota conseguem navegar até o cais da cidade.

A Aldeia foi elevada a freguesia em 1576. Em 22 de maio de 1693 a Aldeia passava a Vila, por Carta Régia de D. Pedro II, rei de Portugal. Em 27 de junho de 1891 ocorreu a emancipação política por ato do Governador José Gonçalves da Silva.

A farinha de mandioca tinha grande importância  econômica tanto o nível local como para suprir Pernambuco e Paraíba e até a África. Além da farinha da mandioca Camamu comercializava e exportava a "casca de mangue" e pau-brasil. Os frutos dos oitizeiros eram transformados em cuias decoradas ao estilo chinês e eram bastante apreciadas e comercializadas. Em 1802 Camamu tinha 06 (seis) mil moradores. Nesta época da franca desenvoltura econômica era produzida 40.000 alqueires por ano de farinha de mandioca, uma posição destacada na região.







Em 1817 visitava a cidade os pesquisadores alemães Spix e Martins, naturalistas que escreveram e publicaram artigos sobre a flora brasileira. Referindo-se Camamu disseram “É este lugar, indubitavelmente, o mais importante e populoso em todo o litoral da Bahia, ao sul da capital”.

A comarca (divisão judiciária) de Camamu foi criada em 28 de junho de 1850 desmembrando-se de Ilhéus. Nesta época ocorreu um surto de febre amarela e cinco anos após uma epidemia de cólera com grande mortalidade e ainda coincidindo com o retorno da febre amarela.

Entre 1874 e 1875 houve uma reação ao alistamento oficial quando veio para conter a revolta o navio de guerra Nagé. A população reagiu, invadiu a paróquia sede do alistamento e protestou resistindo ao ato.

O território do município era vasto englobando vários outros territórios de outras, atualmente cidades vizinhas a exemplo de Igrapiúna, Ibirapitanga, Ubatã e outras. Era tão vasto que fazia divisa com Santo Amaro, Ilhéus e Ipiaú.
A medida que os distritos foram se emancipando e se tornando cidades, o Território de Camamu foi diminuindo. As últimas emancipações foram Ibirapitanga e Igrapiúna. 





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