quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PSICOTERAPIAS

BONS PROFISSIONAIS, NEM SEMPRE!
Por, Alvaro


 Na área de saúde mental é possível intervir com medicamentos e com métodos não medicamentosos - psicoterapias. As pessoas sabem do prejuízo quando um médico clinico  receita um medicamento errado. Os pacientes podem piorar seu quadro clínico ou até morrer. Mas, se comenta pouco sobre os prejuízos causados pelos profissionais que lidam com saúde mental sem prescrever medicamentos – os médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais – que são os profissionais que hoje aplicam as diversas modalidades de psicoterapias. E, muitos deles não estão preparados devidamente para ser psicoterapeutas que, além da informação técnica, depende de uma formação em instituição séria e credenciada para tal. No início do processo, o terapeuta precisa ser supervisionado por outro colega mais experiente. Não se pega e se lida com flores com luvas de couro ou mãos engessadas. É preciso serenidade, ternura, verdade.

É preciso dizer que uma intervenção errada na psiquê das pessoas pode levar a uma piora do quadro clínico, à desistência  do tratamento ou até a morte, também, no caso por suicídio.  Os terapeutas tem que saber lidar com uma variável chamada transferência.  E com outra variável de igual importância que é a contratransferência.  Precisa trabalhar num ambiente salubre para a realização da prática da psicoterapia. Longe dos olhos maldosos, longe do celular, da interrupção indevida e da pressão (quando indevida) da família do paciente. É bom ser levado em conta que os terapeutas não podem buscar uma formação em instituições de fundo de quintal como se vê anunciado em jornais e folhetos distribuídos em feiras livres. Há muitas instituições sérias para se buscar uma boa formação.



A ética, e por que não o bom senso,  não autorizam  o terapeuta incentivar coisas desse tipo: deixe o emprego, saia de casa, vire as costas para seu filho ou para seu marido. Você tem que mudar de sexo por que sua família não aceita sua postura... Não se pode decidir por pacientes, ainda mais se fragilizados e carentes e que tem no psicoterapeuta um símbolo do que é maior e mais representativo  - situado basicamente na ordem do simbólico e não do real . A ética precisa ser seguida piamente para não se levar o paciente a riscos desnessários. O profissional que quer decidir pelo paciente,  está errando feio. E, aí mora o perigo. A pressão dos familiares é muito grande e a pressa em resultados é muito comum.  As vezes o profissional não é médico e não encaminha para uma prescrição medicamentosa quando é necessário, por medo de perder o paciente. Se o psicoterapeuta não tiver uma boa formação, independência e ambiente propício a seu desempenho profissional, não resiste e cede o que não deveria – sua plena autonomia em lidar com pessoas fragilizadas que buscam um espaço próprio para elaborar muito do que está perdido em seu psiquê. Não é aceitável que o terapeuta tenha envolvimento afetivo sexual flertando com pacientes seus. Transferência e contratransferência  são ferramentas importantes quando bem manuseadas.



Por isso, é recomendável que,  em saúde mental não se busque só  o conhecimento, a informação. É indispensável a formação e mais que isto, a boa formação. Formar não é jogar uma turma no mercado como uma fornada de técnicos. Na formação em psicoterapia não se tira do fogo um grupo e joga no mercado de qualquer jeito. O profissional que lida com a psiquê, tem que ser informado, formado e supervisionado. E, precisa de bom-senso, de muito bom senso, de prudência. Mas não pode atuar com medo e atolado em preconceitos e tabus.  O autoconhecimento, ou seja, a análise pessoal é muito importante para quem quer lidar com problemas psicológicos de outras pessoas.  Não se pode esquecer que quem tem que decidir é o paciente. Sempre.  A função do terapeuta é ouvir e conduzir o tratamento com segurança. Se não for assim, é brincar com coisa séria.

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