BONS
PROFISSIONAIS, NEM SEMPRE!
Por, Alvaro
Na área de saúde
mental é possível intervir com medicamentos e com métodos não medicamentosos -
psicoterapias. As pessoas sabem do prejuízo quando um médico clinico receita um medicamento errado. Os pacientes
podem piorar seu quadro clínico ou até morrer. Mas, se comenta pouco sobre os
prejuízos causados pelos profissionais que lidam com saúde mental sem
prescrever medicamentos – os médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais,
assistentes sociais – que são os profissionais que hoje aplicam as diversas
modalidades de psicoterapias. E, muitos deles não estão preparados devidamente
para ser psicoterapeutas que, além da informação técnica, depende de uma formação em
instituição séria e credenciada para tal. No início do processo, o terapeuta precisa
ser supervisionado por outro colega mais experiente. Não se pega e se lida com flores com luvas de couro ou mãos engessadas. É preciso serenidade, ternura, verdade.
É preciso dizer que uma intervenção errada na psiquê das
pessoas pode levar a uma piora do quadro clínico, à desistência do tratamento ou até a morte, também, no caso
por suicídio. Os terapeutas tem que
saber lidar com uma variável chamada transferência. E com outra variável de igual importância que
é a contratransferência. Precisa
trabalhar num ambiente salubre para a realização da prática da psicoterapia.
Longe dos olhos maldosos, longe do celular, da interrupção indevida e da
pressão (quando indevida) da família do paciente. É bom ser levado em conta que
os terapeutas não podem buscar uma formação em instituições de fundo de quintal
como se vê anunciado em jornais e folhetos distribuídos em feiras livres. Há
muitas instituições sérias para se buscar uma boa formação.
A ética, e por que não o bom senso, não autorizam o terapeuta incentivar coisas desse tipo:
deixe o emprego, saia de casa, vire as costas para seu filho ou para seu
marido. Você tem que mudar de sexo por que sua família não aceita sua
postura... Não se pode decidir por pacientes, ainda mais se fragilizados e
carentes e que tem no psicoterapeuta um símbolo do que é maior e mais
representativo - situado basicamente na
ordem do simbólico e não do real . A ética precisa ser seguida piamente para
não se levar o paciente a riscos desnessários. O profissional que quer decidir
pelo paciente, está errando feio. E, aí
mora o perigo. A pressão dos familiares é muito grande e a pressa em resultados
é muito comum. As vezes o profissional
não é médico e não encaminha para uma prescrição medicamentosa quando é
necessário, por medo de perder o paciente. Se o psicoterapeuta não tiver uma
boa formação, independência e ambiente propício a seu desempenho profissional,
não resiste e cede o que não deveria – sua plena autonomia em lidar com pessoas
fragilizadas que buscam um espaço próprio para elaborar muito do que está
perdido em seu psiquê. Não é aceitável que o terapeuta tenha envolvimento
afetivo sexual flertando com pacientes seus. Transferência e contratransferência
são ferramentas importantes quando bem
manuseadas.
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