Mais um capítulo sobre
a 34.., por Alvaro
Entre os anos de 2003 e 2005 tive
a oportunidade de conviver de perto com um juiz de direito. Hoje convivo muito
mais com dentistas, contadores, advogados, membros da imprensa, funcionários da
saúde e muitos pacientes que sabem mais coisas da minha terra do que os juízes.
Com relação à amizade com o juiz, nos visitávamos com frequência. Viajamos
juntos algumas vezes, uma das quais em turnê para o sul do estado para passar
um carnaval numa cidade próxima a Porto Seguro. Na verdade já nos conhecíamos a
muitos anos, antes mesmo de ele se tornar juiz. Nossas conversas tinham poucas reservas.
A maior reserva eram os assuntos relativos à suas funções como juiz.
Um dia eu perguntei ao amigo magistrado enquanto andava com ele de roupa
esporte por uma praia pisando na areia quente do verão baiano, se não me engano
durante um fim de semana do final de outubro de 2005 na Barra Grande, se ele
não queria ser meu irmão. Queria saber se ele se interessava em fazer parte de
uma instituição - que se diz “iniciática, universal, fraterna...” que ostenta
como princípios a Igualdade, Fraternidade e Liberdade, princípios que algumas
afiliadas não cumprem e que na verdade, muitas vezes, jogam na lata do lixo.
Mesmo por que, um agrupamento de
pecadores não constitui uma oficina verdadeira. Onde mentirosos de ofício marcam
encontros semanais não existe verdadeiramente uma loja. Ali há uma reunião de
bestas e sabidos. Mandantes e mandados. Senhores e serviçais. Se alguma coisa
nobre se trata naquela casa barraqueada propositalmente é sobre a próxima
eleição de diretoria manipulada, quando não fraudada como foi a última. Por
isso mesmo, o dinheiro do caixa é tratado como propriedade privada de um grupo
e usado ao bel prazer do próximo empresário falido, contanto que amigo do rei. Ali
naquele barraco, não se cumpre a lei, alguns se escondem atrás de códigos por
conveniência, para se beneficiar e perseguir quem discorda do mandatário. De
eleições a atas de sessões, quase tudo é fraudado, inclusive a contabilidade
feita em nome de pessoa física por que a documentação institucional, com o CNPJ, passou
onze anos sem existir. Quando não se sentem preparados para o debate, eles dão chilique
e depois tentam expulsar os desafetos através de mecanismos completamente fora
da lei quando instalam verdadeiros tribunais de exceção ajudados por outros
pecadores quem vem correndo de fora da cidade mas que também rezam na cartilha do mal, desde que leve vantagens
financeiras e que prestigiados sejam com alguma coordenação, com algum mandado de destaque.
Meu amigo juiz, a quem me referi
acima, era uma pessoa inteligente e
pragmática, típico dos juízes, de homens que tem que decidir, que julgar. Na
única oportunidade em que lhe fiz um meio-pedido forçado por outros, para verificar a
possibilidade de ele fazer um comentário com o prognóstico de uma pendência fora da comarca, de
uma pessoa que me pedira, pessoa esta que fazia parte das minhas relações
profissionais, ele me respondeu. – Você é uma pessoa ingênua, na verdade não se
pede nada para gente desse tipo. São pessoas metidas em muitas enroladas,
muitas pendências jurídicas, acostumados a usar a justiça para protelar
processos... Lá na frente a própria justiça vai acertar as contas com todos
eles – e citou alguns poucos nomes. Eram pessoas do meu convívio, por isso me
assustei tanto.
Em Itabuna, cidade que eu visito
com frequência me deslocando até lá para visitar parentes ou para resolver
negócios, raramente por laser, fiquei sabendo da história de uma rede de Lojas
de Supermercado que havia falido ou que teve sua falência planejada por alguém
dentro da própria organização. Conversei com ex-funcionários da empresa e com
jornalistas e outras pessoas da cidade e guardei na mente e escrito todos os
dados. Resumo da ópera: o proprietário vive hoje uma vida modesta e alguns
funcionários daquela empresa são ícones do capitalismo em cidades vizinhas a
Itabuna, aqui no Baixo Sul, onde ostentam de modo crescente e volumoso, cargos
importantes, vida nababesca, imóveis e grandes empreendimentos imobiliários –
muito poder, muito mesmo – controla pessoas, empresas públicas e particulares, organizações.
cidades.
Vou ao ponto. Quando nós,
cidadãos comuns, entramos para a organização dos “donos do mundo” os chefões
nos olham como mais um soldado do seu exército de dominação. Teremos um papel
na organização. Enquanto aprendizes, somos observados para ver em que podemos
servir a organização, que cargo, que função, que incumbência. Somos uma carta
daquele baralho macabro. E, se merecermos a confiança do chefe, vamos sendo
alçados a cargos mais importantes no grupo. Se vendermos a alma sentaremos à
mesa do faraó para participar do banquete divino. Se oferecermos alguma
resistência, seremos marcados e separados para fazer parte do grupo dos
perseguidos.
O que então um empresário do ramo
de combustíveis acostumado a sempre sugar as tetas do poder, vendendo produtos
e vendendo bolhas de ar, também, pode fazer diante de uma situação financeira
difícil onde sua empresa não pode operar oficialmente com instituições
financeiras regulares? Posso adiantar que a opção do proprietário foi tão
pragmática quanto foi a sentença do meu amigo juiz. Pragmática, mas indecente.
Alma fraca ele não tinha coragem para seguir outro caminho que não fosse o da
facilidade vendida em troca da alma de sua alma e da alma de sua família. Nem a
língua grande e que bafora franqueza e correção no seio da família foi capaz de
barrar a operação alma vendida. Mas houve um pedido de clemência. Não pegue
pesado demais com meu marido que ele é “doentinho”, onde a causa de seus males
estão impregnadas na sua alma sem nenhum resquício de espírito cristão, embora
em todo novenário da Igreja da Assunção, o casal sente na primeira fila e babe
as batinas do padre como se cristãos fossem. Como se santos fossem – santos do
pau oco, da gaveta vazia e da alma penada. O demônio veste Prado.
Concluo: Grandes instituições,
universalmente disseminadas como a que me refiro, são na verdade vendedoras de
pacotes filosóficos cujo conteúdo pode ser usado para o bem ou para o mal. A
instituição e seus princípios não representa o mal em si. Maus são os aproveitadores
que abocanham o legado para uso próprio e às vezes pecaminoso e montam suas
filiais do mal. A minha experiência não é a de quem tem uma visão ingênua a
respeito do que vi e vivi. Nada mais posso concluir – o plano é ser gangue,
funcionar como tal. Eles operam para a completa dominação dos ingênuos, agem
acima da lei, se acham acima do bem e do mal. Cidadãos desavisados são
dominados pelos chefões, que se esforçam em
neutralizar aqueles que poderiam ser barreira para a ascendência
corrupta; muitas almas são compradas, rola muito jogo sujo que procura
estimular o confronto entre pessoas e entre famílias quando querem eliminar
alguém sem sujar suas próprias mãos. O mecanismo de chantagem e cooptação é o
grande trunfo. Com o grupo dominado os chefes dão tudo e em troca, podem tudo.
Ou quase tudo. Eles só se esquecem de uma coisa: eles não são as únicas pessoas
que pensam no planeta. Não são mais inteligentes na face da terra, mais que a
maioria. Não são tão poderosos assim, não são nem um pouco invisíveis pois em
suas caminhadas deixam rastros grosseiros num mundo informatizado e globalizado.
Seguindo seu CPF e seus CGCs (incluo todos os laranjas) qualquer investigação
preliminar pode colocá-los em maus lençóis.
Aviso aos navegantes: José Dirceu, José Jesuino, Delúbio Soares,
Kátia Rabelo, Marcos Valério e outros poderosíssimos, depois de julgados moram, hoje, na Papuda. Há alguns tipos de Barbosas de plantão para os pecadores contumazes. Como
diria um tio meu: Cruz credo, nem
todos esses agentes do caos terão um bom fim nem contarão com alguém que, indefinidamente se preste a fraco e submisso e sócio de falcatruas. Uma boa
parte mofará na cadeia. Haja combustível para queimar tanta alma penada, tanto
espírito do mal. Nem o sacerdote de araque, ali entranhado, pode purificar
espíritos tão encardidos. Ah!, sim: o
deputado manso e jeitoso, candidato a santo de pau oco, continua se
esforçando para falar mentiras em festas de aniversário. E continua transferindo
dinheiro para seus chefes imediatos em agências bancárias da cidade. Não
conseguiu tocar fogo na loja, mas
levanta o traseiro todos os dias em cada mentira atualizada e em cada elogio de
araque, para depois redimir os pecados em andanças na Compostela.
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