terça-feira, 20 de maio de 2014

ACHAM QUE SÃO COCADAS-PRETAS

Mais um capítulo sobre a 34.., por Alvaro

Entre os anos de 2003 e 2005 tive a oportunidade de conviver de perto com um juiz de direito. Hoje convivo muito mais com dentistas, contadores, advogados, membros da imprensa, funcionários da saúde e muitos pacientes que sabem mais coisas da minha terra do que os juízes. Com relação à amizade com o juiz, nos visitávamos com frequência. Viajamos juntos algumas vezes, uma das quais em turnê para o sul do estado para passar um carnaval numa cidade próxima a Porto Seguro. Na verdade já nos conhecíamos a muitos anos, antes mesmo de ele se tornar juiz. Nossas conversas tinham poucas reservas. A maior reserva eram os   assuntos relativos à suas funções como juiz. Um dia eu perguntei ao amigo magistrado enquanto andava com ele de roupa esporte por uma praia pisando na areia quente do verão baiano, se não me engano durante um fim de semana do final de outubro de 2005 na Barra Grande, se ele não queria ser meu irmão. Queria saber se ele se interessava em fazer parte de uma instituição - que se diz “iniciática, universal, fraterna...” que ostenta como princípios a Igualdade, Fraternidade e Liberdade, princípios que algumas afiliadas não cumprem e que na verdade, muitas vezes, jogam na lata do lixo.

Mesmo por que, um agrupamento de pecadores não constitui uma oficina verdadeira. Onde mentirosos de ofício marcam encontros semanais não existe verdadeiramente uma loja. Ali há uma reunião de bestas e sabidos. Mandantes e mandados. Senhores e serviçais. Se alguma coisa nobre se trata naquela casa barraqueada propositalmente é sobre a próxima eleição de diretoria manipulada, quando não fraudada como foi a última. Por isso mesmo, o dinheiro do caixa é tratado como propriedade privada de um grupo e usado ao bel prazer do próximo empresário falido, contanto que amigo do rei. Ali naquele barraco, não se cumpre a lei, alguns se escondem atrás de códigos por conveniência, para se beneficiar e perseguir quem discorda do mandatário. De eleições a atas de sessões, quase tudo é fraudado, inclusive a contabilidade feita em nome de pessoa física por que a documentação institucional, com o CNPJ, passou onze anos sem existir. Quando não se sentem preparados para o debate, eles dão chilique e depois tentam expulsar os desafetos através de mecanismos completamente fora da lei quando instalam verdadeiros tribunais de exceção ajudados por outros pecadores quem vem correndo de fora da cidade mas que também rezam na cartilha do mal, desde que leve vantagens financeiras e que prestigiados sejam com alguma coordenação, com algum mandado de destaque.

Meu amigo juiz, a quem me referi acima,  era uma pessoa inteligente e pragmática, típico dos juízes, de homens que tem que decidir, que julgar. Na única oportunidade em que lhe fiz um meio-pedido forçado por outros, para verificar a possibilidade de ele fazer um comentário com o prognóstico de uma pendência fora da comarca, de uma pessoa que me pedira, pessoa esta que fazia parte das minhas relações profissionais, ele me respondeu. – Você é uma pessoa ingênua, na verdade não se pede nada para gente desse tipo. São pessoas metidas em muitas enroladas, muitas pendências jurídicas, acostumados a usar a justiça para protelar processos... Lá na frente a própria justiça vai acertar as contas com todos eles – e citou alguns poucos nomes. Eram pessoas do meu convívio, por isso me assustei tanto.

Em Itabuna, cidade que eu visito com frequência me deslocando até lá para visitar parentes ou para resolver negócios, raramente por laser, fiquei sabendo da história de uma rede de Lojas de Supermercado que havia falido ou que teve sua falência planejada por alguém dentro da própria organização. Conversei com ex-funcionários da empresa e com jornalistas e outras pessoas da cidade e guardei na mente e escrito todos os dados. Resumo da ópera: o proprietário vive hoje uma vida modesta e alguns funcionários daquela empresa são ícones do capitalismo em cidades vizinhas a Itabuna, aqui no Baixo Sul, onde ostentam de modo crescente e volumoso, cargos importantes, vida nababesca, imóveis e grandes empreendimentos imobiliários – muito poder, muito mesmo – controla pessoas, empresas públicas e particulares, organizações. cidades.

Vou ao ponto. Quando nós, cidadãos comuns, entramos para a organização dos “donos do mundo” os chefões nos olham como mais um soldado do seu exército de dominação. Teremos um papel na organização. Enquanto aprendizes, somos observados para ver em que podemos servir a organização, que cargo, que função, que incumbência. Somos uma carta daquele baralho macabro. E, se merecermos a confiança do chefe, vamos sendo alçados a cargos mais importantes no grupo. Se vendermos a alma sentaremos à mesa do faraó para participar do banquete divino. Se oferecermos alguma resistência, seremos marcados e separados para fazer parte do grupo dos perseguidos.

O que então um empresário do ramo de combustíveis acostumado a sempre sugar as tetas do poder, vendendo produtos e vendendo bolhas de ar, também, pode fazer diante de uma situação financeira difícil onde sua empresa não pode operar oficialmente com instituições financeiras regulares? Posso adiantar que a opção do proprietário foi tão pragmática quanto foi a sentença do meu amigo juiz. Pragmática, mas indecente. Alma fraca ele não tinha coragem para seguir outro caminho que não fosse o da facilidade vendida em troca da alma de sua alma e da alma de sua família. Nem a língua grande e que bafora franqueza e correção no seio da família foi capaz de barrar a operação alma vendida. Mas houve um pedido de clemência. Não pegue pesado demais com meu marido que ele é “doentinho”, onde a causa de seus males estão impregnadas na sua alma sem nenhum resquício de espírito cristão, embora em todo novenário da Igreja da Assunção, o casal sente na primeira fila e babe as batinas do padre como se cristãos fossem. Como se santos fossem – santos do pau oco, da gaveta vazia e da alma penada. O demônio veste Prado.

Concluo: Grandes instituições, universalmente disseminadas como a que me refiro, são na verdade vendedoras de pacotes filosóficos cujo conteúdo pode ser usado para o bem ou para o mal. A instituição e seus princípios não representa o mal em si. Maus são os aproveitadores que abocanham o legado para uso próprio e às vezes pecaminoso e montam suas filiais do mal. A minha experiência não é a de quem tem uma visão ingênua a respeito do que vi e vivi. Nada mais posso concluir – o plano é ser gangue, funcionar como tal. Eles operam para a completa dominação dos ingênuos, agem acima da lei, se acham acima do bem e do mal. Cidadãos desavisados são dominados pelos chefões, que se esforçam em  neutralizar aqueles que poderiam ser barreira para a ascendência corrupta; muitas almas são compradas, rola muito jogo sujo que procura estimular o confronto entre pessoas e entre famílias quando querem eliminar alguém sem sujar suas próprias mãos. O mecanismo de chantagem e cooptação é o grande trunfo. Com o grupo dominado os chefes dão tudo e em troca, podem tudo. Ou quase tudo. Eles só se esquecem de uma coisa: eles não são as únicas pessoas que pensam no planeta. Não são mais inteligentes na face da terra, mais que a maioria. Não são tão poderosos assim, não são nem um pouco invisíveis pois em suas caminhadas deixam rastros grosseiros num mundo informatizado e globalizado. Seguindo seu CPF e seus CGCs (incluo todos os laranjas) qualquer investigação preliminar pode colocá-los em maus lençóis.

Aviso aos navegantes: José Dirceu, José Jesuino, Delúbio Soares, Kátia Rabelo, Marcos Valério e outros poderosíssimos, depois de julgados moram, hoje, na Papuda. Há alguns tipos de Barbosas  de plantão para os pecadores contumazes. Como diria um tio meu: Cruz credo, nem todos esses agentes do caos terão um bom fim nem contarão com alguém que, indefinidamente se preste a fraco e submisso e sócio de falcatruas. Uma boa parte mofará na cadeia. Haja combustível para queimar tanta alma penada, tanto espírito do mal. Nem o sacerdote de araque, ali entranhado, pode purificar espíritos tão encardidos. Ah!, sim: o deputado manso e jeitoso, candidato a santo de pau oco, continua se esforçando para falar mentiras em festas de aniversário. E continua transferindo dinheiro para seus chefes imediatos em agências bancárias da cidade. Não conseguiu tocar fogo na loja, mas levanta o traseiro todos os dias em cada mentira atualizada e em cada elogio de araque, para depois redimir os pecados em andanças na Compostela.




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