quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ate que em Fim a Sentença

Ex-médico Farah Jorge Farah é condenado por matar paciente em 2003

(Foto: Estadão Conteúdo)

Após quatro dias de julgamento, Farah Jorge Farah, de 64 anos, foi condenado nesta quinta-feira (15) a 16 anos de prisão em regime fechado, por matar e esquartejar sua paciente e amante Maria do Carmo, em 2003. O ex-médico tem direito de recorrer da sentença ainda em liberdade já que respondia o processo em liberdade.

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O ex-cirurgião foi preso três dias depois de ter matado a amante Maria do Carmo Alves, de 49 anos, com requintes de crueldade, em 2003. Foi solto em 2007 e aguardava o julgamento em liberdade por causa de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal.

A parte mais chocante do caso prescreveu no ano passado. Isso porque a Justiça decretou prescrito o crime de ocultação de cadáver. Para esconder o corpo de Maria do Carmo, segundo a promotoria, Farah retirou a pele da vítima cirurgicamente do rosto, mãos e pés, dividindo-a em pedaços e guardando-a no porta-malas do carro.

A principal tese da defesa foi que o ex-cirurgião estava fora de si e não pode ser julgado pelos crimes que cometeu naquele momento. Farah usou no interrogatório uma voz suave, com o mesmo tom descrito pelos peritos do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que o declararam lúcido, mas com personalidade "dramática". O réu contou que sentiu vontade de morrer no dia em que matou a vítima. "Ainda tenho vontade de morrer."

"Eu não estava no meu normal e não lembro de nada, nem de colocar os sacos no carro", disse ele. "Foi terrível. Não dá pra lembrar, pois não foi premeditado e nem consciente. No domingo, quando caiu minha ficha e me dei conta do que havia ocorrido, eu disse que queria morrer e talvez eu ainda queira", afirmou o ex-cirurgião.

Segundo Farah, o assassinato foi um ato de "legítima defesa" pela sua vida e por seu pai e sua mãe. Ambos foram citados constantemente no depoimento - o laudo oficial feito a pedido do juiz afirmou que Farah tinha sérios problemas por causa do relacionamento com os pais, no qual a mãe assumia um poder fálico na sua mente.

Já a acusação utilizou um outro lado elaborado no processo que cassou a licença para Farah exercer a profissão. Dois médicos que participaram da junta que analisou o réu foram testemunhas da Promotoria na segunda-feira. Ambos descreveram Farah como um ser humano com personalidade "dramática" e descartaram que ele possa sofrer de um problema mental ou estivesse incapaz quando cometeu o crime.

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