quinta-feira, 22 de maio de 2014

ONDE ESTÃO OS PECADORES?

CHAMAMENTO àquilo que é ÓBVIO, por Alvaro




Quando alguém é flagrado roubando uma galinha no quintal do vizinho  é denunciado, julgado e pode ser preso como ladrão. Antigamente era acertado por chumbo de espingarda no traseiro. Agora tomaram as armas dos cidadãos comuns e facilitaram para os fora-da-lei. Quando alguém abre uma bolsa alheia ou uma bolsa coletiva e usa o dinheiro que ali está para benefício próprio está cometendo furto e sendo assim mandam para cadeia, se comprovado o crime, e a carceragem algema. Quando doleiros trambiqueiros se mancomunam com autoridades para desviar do Estado ou  para lavar dinheiro, fugindo do fisco, vai para cadeia até mesmo antes do julgamento. Quando alguém lidera uma greve no serviço público, na polícia, no caso, o STF manda para cadeia, mesmo que muitas vozes discordem e a carceragem ainda algema o cara, mesmo que enfermo, mesmo que com risco para sua própria vida. no caso do vereador baiano Prisco,  o país inteiro está calado, ninguém sai em defesa dele, de forma contundente. Quando alguém adultera uma bomba de gasolina e vende a terceiros o produto adulterado pode ser punido pela justiça e pode ir parar atrás das grades, ou não? Mas, quando licitações são fraudadas por nossos amiguinhos ficamos calados? Quando documentos que temos provas, são forjados, ficamos mudos?

Quando alguém dirige uma instituição e não lhe confere formalidade, opera com caixa-dois, pode ser punido com base na legislação vigente, ou não? Quando não cumprimos códigos de ética, regulamentos, leis, constituições, estamos andando fora da lei, ou não é. Mas, se a justiça é achada na lei, bandido é quem não cumpre as leis. Gente de bem cumpre a lei. Todo ato fora da lei é um ato praticado por bandoleiro, bandido, gangster. Quem não gosta de ser chamado de bandoleiro anda nos limites da lei e evita falcatruas. Anda nos trilhos.




Quais são as regras num estado de direito – respeitar as leis, ou não é? Ninguém, portanto, pode ser condenado sem que seja publicamente denunciado e julgado segundo um código de processo legal. Uma acusação não é uma sentença. É uma presunção de culpa. Antes de julgados, todos são inocentes – princípio da presunção da inocência. Não se admitem tribunais de exceção no estado de direito, no regime democrático, no nosso pacto social atual. Houve no nazismo. Houve no comunismo em Cuba, na China e na URSS.

Todos, SEM EXCEÇÃO, têm o direito de defesa quando acusados. Todos os acusados para serem condenados precisam se submeter ao devido processo legal, com um trâmite legal, com todo o direito amplo de defesa, respeitado. A lei brasileira não abriga os golpistas em nenhuma instância. Não abriga quem impõe regras e dita normas ao seu bel prazer. As instituições – sociedades, sindicatos, cooperativas, partidos políticos tem suas atuações limitadas na legislação vigente com regras claras. Ninguém pode se arvorar e se autointitular dono de nenhuma instituição cujos princípios estejam cortejados no direito coletivo e societário. Uma associação não é o quintal de nenhum Mané.


Ora, como é que homens maduros, profissionais, os mais diversos, pais de família, membros da sociedade civil, que se querem respeitados, se dão ao desfrute de assistir um grupo agir fora da lei, transitando e atuando como gangue, desrespeitando todos os princípios civilizatórios próprios das democracias e não nos indignarmos. Quem se mistura a porcos, farelos come. E quem se mistura com bandidos, bandido é. Só não podemos ser acusados se não tivermos consciência daquilo que se pratica no ambiente em que vivemos. No carnaval e nos estádios de futebol se vive, às vezes, verdadeiros delírios coletivos. Catarse em massa. Hipnotismo generalizado. Mas, como um treinador de futebol pode se comportar como um torcedor comum. Como, um juiz de futebol, pode apitar pelo apito da torcida? Como um filho de Hiran não honrar a própria lenda dentro dos Templos de Salomão. Nem fora deles. Como?




Não é raro acharmos que coisas ruins só acontecem com nossos vizinhos. Não é raro exigirmos dos outros o cumprimento da lei, que respeitem os nossos direitos, que nos deem o direito de discordar. O que dizer de cidadãos que se dizem “livres e de bons costumes”, que vivem a aura da Igualdade, Fraternidade e Liberdade, fecharem os olhos para a justiça, ignorando as leis. Erram os que planejam os desmandam e os que acobertam os pecados. Conivência é ilícito penal. Depois que eu descubro, se eu descobrir, que compartilho de uma falcatrua coletiva, se eu não me afastar dos pecadores e não denunciá-los eu sou conivente e posso pagar por isso. É por estes princípios que eu denuncio falcatruas para que não haja desculpas de que tem ainda, a esta altura, alguém enganado. É também por isso que eu não entendo que homens de barba, adultos, eleitores, pais de família, com CPF e RG, vestindo roupa preta e avental, possa compartilhar de alguma falcatrua coletiva premeditada por um grupo dominador alegando desculpas esfarrapadas de que não é bem assim. Falta de vergonha. Não é possível que o mundo seja cínico assim. Vil assim. Covarde assim. Não quero ser eu palmatória do mundo. Não seu eu um sem pecados. Mas, não vou mudar de planeta por que tenho vergonha na cara e acredito na justiça. Vou continuar aqui, combatendo, ingenuamente combatendo. Para que um diploma na mão e um refinamento técnico se não trilhamos os princípios da moralidade e se vivemos fora da lei, dando guarida a bandidos ou praticando bandidagens de todos os tipos, mancomunados com eles. Do que adianta uma fortuna, um patrimônio material invejável se nos comportamos como gangsters. Do que adianta dizer sou casado, respeito o próximo, acredito em Deus, desejo o bem, respeito à propriedade alheia, se eu me permito conviver com o caos institucional, se faço parte da fraude e divido o arrecadado pela quadrilha? Com a ludibriamento social.

 Será que somos só casca e mentira, apenas? Macunaímas, puramente Macunaímas?


Para que serviram exortações ouvidas nas nossas infâncias, vinda dos nossos pais, tais como: Sejam homens com princípios morais, respeitem os mais velhos, os direitos dos outros. Que nossa liberdade termina onde começa a dos outros. Que bom é ser rico de espírito. Bonito é ser bonito por dentro. Onde estão nossos sonhos de justiça e liberdade, de busca da verdade, de decência, de humanidade. Será que por isso mesmo é que o país dá abrigo a MSTs irrigados com dinheiro público, o dinheiro dos impostos que pagamos para eles agredirem direitos nossos? Que existem “Anões e Mensalões, Pasadenas” e falcatruas tais? Que o povo pobre é cantado diuturnamente para ser comprado por “bolsas” de todos os tipos, em troca do voto. Será que por isso que o partido que está no poder nacionalmente, tem quase toda a sua cúpula original morando na Papuda? E a outra parte denunciada, em algum grau de responsabilidade com desmandos. Os esquerdistas aceitam tudo em nome da causa, e nós, IIr:.? O partido que se tornou quase hegemônico na última década, que não é mais o partido da ética, e só era, antes de se lambuzar com o mel do poder e da corrupção. Será que, por isso mesmo, somos o país do “levar vantagens em tudo”, do jeitinho brasileiro, do trambique, da falcatrua, da lambança? Do “é errado, mas é meu amigo”. 

Até quando vamos ser coniventes com bandidos? Como podemos reclamar da criminalidade que se assume, que pega em armas, que assalta, o chamado crime organizado, que os jornais mancheteiam, se nós não denunciamos nem os bandidos de colarinho branco nem os pecadores de avental?

Como podemos apontar o dedo para os outros sem enxergar e avaliar nossos próprios umbigos. Sem recriminar quem está ao nosso lado e age fora-da-lei. Devemos mesmo é lavar nossa cara com essência simbólica de soda cáustica para deixarmos de ser caras-de-pau. 

O país, como nação, somos nós; não transfiramos responsabilidades, façamos a nossa parte. O resto é conversa fiada.




O país, como nação, somos nós; 
Não transfiramos responsabilidades, façamos a nossa parte. 
O resto é conversa fiada.




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