Em laboratório, vírus gigante de 30 mil anos voltou a infectar amebas. Ele não oferece perigo aos humanos, mas demonstra que agentes assim, dormentes por milênios, podem significar uma ameaça à saúde
"Pithovirus sibericum" descoberto por cientistas
(CNRS-AMU)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Thirty-thousand-year-old distant relative of giant icosahedral DNA viruses with a pandoravirus morphology
Onde foi divulgada: periódico PNAS
Quem fez: Matthieu Legendre, Julia Bartoli, Lyubov Shmakova, Sandra Jeudy, Karine Labadie, Annie Adrait e outros
Instituição: Universidade Aix-Marseille, na França, e outras
Resultado: Os cientistas encontraram um vírus datado de 30 mil anos que voltou a infectar colônias de amebas
Encontrado na Sibéria, enterrado a 30 metros do solo, ele permanecia
dormente em uma camada chamada permafrost, formada por gelo, terra e
rochas geladas. Depois de descongelado, voltou a ser contagioso. O grupo
de cientistas, liderados por pesquisadores da Universidade
Aix-Marseille, na França, colocou o vírus em contato com amebas, que
começaram a morrer. Assim que os cientistas analisaram esses organismos,
perceberam que o vírus gigante estava se multiplicando dentro deles.Título original: Thirty-thousand-year-old distant relative of giant icosahedral DNA viruses with a pandoravirus morphology
Onde foi divulgada: periódico PNAS
Quem fez: Matthieu Legendre, Julia Bartoli, Lyubov Shmakova, Sandra Jeudy, Karine Labadie, Annie Adrait e outros
Instituição: Universidade Aix-Marseille, na França, e outras
Resultado: Os cientistas encontraram um vírus datado de 30 mil anos que voltou a infectar colônias de amebas
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Vírus assim infectam exclusivamente estruturas unicelulares, como a ameba, porque é mais fácil entrar nelas. Elas se alimentam por um processo chamado fagocitose, que engloba partículas estranhas – como o vírus gigante. A maior parte das células humanas e de outras células animais têm processos de defesas mais sofisticados e, por isso, os vírus que as afetam usam estratégias mais complexas de entrada. É por isso que eles são cerca de cem vezes menores que o vírus gigante e têm apenas 13 genes, como o da gripe. O Pithovirus sibericum tem 500 genes e, de acordo com os pesquisadores, 60% deles não se parecem com nada encontrado na Terra.
Ativo por milênios – Uma das grandes surpresas dos cientistas foi perceber que o vírus pode manter seu poder de contágio por muito mais tempo que o imaginado. Esses agentes permanecem dormentes por anos e dificilmente são eliminados do planeta. Os pesquisadores afirmam que o vírus gigante é uma boa demonstração de como a ideia de que é possível erradicar um vírus está errada e passa uma falsa sensação de segurança. "Um renascimento como esse, de um vírus ancestral que infecta amebas, sugere que o degelo do permafrost, seja por mudanças climáticas ou por explorações industriais na região polar, pode trazer ameaças à saúde humana ou animal", concluem os cientistas no estudo.
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