Doença inflamatória pélvica – Causas, sintomas e tratamento
Causas da doença inflamatória pélvica (DIP)
Uma mulher desenvolve doença
inflamatória pélvica quando determinadas bactérias (germes) transitam da
vagina e infectam os órgãos reprodutores. Há vários tipos de bactérias
que podem provocar a DIP. Mas a maior parte dos casos de DIP são
provocados pelas bactérias que provocam duas das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns
(DST) — a gonorreia e a clamídia. Uma infecção pode levar entre alguns
dias e alguns meses a transitar da vagina para os órgãos reprodutores.
É possível contrair a doença
inflamatória pélvica sem ter qualquer DST. As bactérias normalmente
encontradas na vagina e no cérvix podem, por vezes, provocar a DIP.
Ninguém sabe a razão pela qual isso acontece.
Uma doença comum?
Cada ano nos EUA, mais de um milhão de
mulheres tem um episódio de DIP. Mais de 100,000 mulheres ficam
inférteis por causa da doença inflamatória pélvica. Além disso, muitas
das gravidezes ectópicas acontecem devido a problemas relacionados dom a
DIP.
Existem mulheres mais propensas a desenvolver?
Sim. Você tem mais probabilidades de desenvolver a doença inflamatória pélvica se:
- Tiver uma DST
- Tiver menos de 25 anos a mantiver relações sexuais
- Tiver mais do que um parceiro sexual
- Fizer lavagens vaginais. As lavagens vaginais podem empurrar as bactérias para os órgãos pélvicos e provocar a infecção. Isso também pode camuflar sinais de infecções.
- Tiver um dispositivo intrauterino (DIU). Você deve fazer testes e receber tratamento para quaisquer infecções antes de colocar um DIU. Isso reduz a probabilidade de contrair a doença inflamatória pélvica.
Sintomas da doença inflamatória pélvica
Muitas mulheres não sabem que têm
a doença inflamatória pélvica porque não apresentam sintomas. As
mulheres que têm DIP podem apresentar sintomas suaves a muito graves. O
sintoma mais comum da DIP são as dores na zona inferior do abdómen (zona
do estômago). Outros sintomas incluem:
- Febre (38ºC ou mais elevada)
- Corrimentos vaginais com um cheiro azedo
- Dores durante o sexo
- Dores ao urinar
- Períodos irregulares (menstruação)
- Dores na zona superior direita do abdómen
A doença inflamatória pélvica pode
manifestar-se rapidamente, com dores acentuadas e febre, especialmente
se for provocada pela gonorreia.
Testes para a doença inflamatória pélvica
Se acha que tem DIP consulte um médico
imediatamente. Se sentir dores na zona inferior do abdómen (zona do
estômago), o seu médico vai submetê-la a um exame. Isso inclui um exame
pélvico (interno). O Seu médico vai procurar:
- Corrimentos pouco usuais na vagina ou cérvix
- Altos ou abcessos perto dos ovários e das trompas
- Sensibilidade ou dor nos órgãos pélvicos
O seu médico também vai realizar testes a
DST, incluindo o VIH e a sífilis, infecções do trato urinário e, se
necessário, um teste de gravidez. Se for necessário o médico pode
realizar outros testes.
- Ultrassom (sonograma) — Um teste que utiliza ondas sonoras para tirar fotografias à área pélvica.
- Biópsia endométrica (uterina) — o médico retira e testa uma pequena porção do endométrio (a zona interior do ventre).
- Laparoscopia — O médico insere um pequeno tubo iluminado no abdómen (zona do estômago para observar os órgãos pélvicos.
Estes testes vão ajudar o médico a
descobrir se você tem doença inflamatória pélvica, ou se tem um outro
problema que se assemelha.
Tratamento para a doença inflamatória pélvica
A doença inflamatória pélvica pode ser
curada com antibióticos (medicamentos que matam as bactérias). Na
maioria dos casos são utilizados dois antibióticos que combatem uma
vasta gama de bactérias. O seu médico vai decidir consigo o melhor
tratamento a adoptar. Você deve tomar todos os medicamentos, mesmo que
os sintomas desapareçam. Isso ajuda a garantir que a infecção fica
totalmente curada. Você deve voltar a consultar um médico 2 a 3 dias
depois de começar o tratamento para se certificar que os antibióticos
estão a funcionar.
Se não for tratada, a doença
inflamatória pélvica pode provocar problemas graves, como infertilidade,
gravidezes ectópicas e dores pélvicas crónicas.
Os dados provocados aos seus órgãos
pélvicos antes de iniciar o tratamento não podem ser revertidos. Mas não
adie o tratamento. Se o fizer pode perder a capacidade de ter filhos.
Se pensa que pode ter doença inflamatória pélvica consulte um médico
imediatamente.
O seu médico pode orientá-la para o hospital para receber tratamento se:
- Estiver muito doente
- Estiver grávida
- Não reagir nem conseguir engolir os comprimidos. Se este for o caso, você vai precisar de receber antibióticos por via intravenosa (por veia ou por IV).
- Tiver um abcesso (ferida) numa trompa ou ovário
Se ainda tiver sintomas ou se o abcesso
não desaparecer após o tratamento você pode precisar de cirurgia. Os
problemas provocados pela doença inflamatória pélvica, como dores
pélvicas constantes e cicatrizes são difíceis de tratar. Mas por vezes
podem melhorar com a cirurgia.
E se o meu parceiro estiver infectado?
Mesmo que o seu parceiro não tenha
sintomas ele pode estar infectado com as bactérias que provocam a DIP.
Proteja-se para não contrair novas infecções.
- Incentive o(s) seu(s) parceiro(s) a receber tratamento, mesmo que ela ou ele não tenham sintomas.
- Não tenha sexo com um parceiro que não tenha recebido tratamento.
Uma amiga com DIP disse-me que não podia engravidar por causa da doença. Isto é verdade?
Quanto mais vezes tiver uma DIP maior é a
probabilidade de não conseguir engravidar. Quando contrai uma DIP as
bactérias infectam as trompas, ou provocam a inflamação dos mesmos
órgãos. Isto faz com que o tecido normal se transforme em tecido
cicatrizado, o que dificulta a gravidez. Mesmo que o tecido cicatrizado
seja muito pequeno é possível que a mulher tenha de recorrer a
tratamentos de fertilidade para poder engravidar.
De que forma posso evitar ser infectado com a DIP?
A doença inflamatória pélvica é
normalmente provocada por uma DST que não foi tratada. Pode evitar
contrair a DIP evitando ser infectado com uma DST.
- A forma mais eficaz de não contrair uma DST é não praticar sexo que qualquer tipo.
- Mantenha relações sexuais com apenas um parceiro que não tenha DST.
- Utilize preservativos sempre que praticar sexo vaginal, anal ou oral. Leia e siga as instruções fornecidas na embalagem. Se foram utilizados correctamente, os preservativos, reduzem as hipóteses de contrair uma DST.
- Não faça lavagens vaginais. Este tipo de lavagem provoca a eliminação de algumas bactérias que se encontram naturalmente presentes na vagina e que protegem a mulher de infecções. Fazê-lo pode facilitar a infecção com uma DST.
- Se se encontra sexualmente activo consulte o seu médico e seja testado. Quanto mais cedo for detectada a DST mais fácil é o seu tratamento.
- Conheça os sintomas mais comuns das DST. Se pensa que contraiu uma DST consulte o seu médico imediatamente.
O que devo fazer se desconfiar que contraí uma DST?
Se pensa que poderá ter contraído uma
DST consulte o seu médico imediatamente. É normal sentir medo ou
vergonha de pedir informações ou ajuda. Mas tenha sempre presente que
quanto mais cedo receber o tratamento menor será a gravidade dos danos
provocados pela DST. E quanto mais cedo informar o(s) seu(s) parceiro(s)
sexual(is) dessa situação menor será a probabilidade de os infectar ou
transmitir a doença a outras pessoas.
Se pretende saber mais sobre DST ou ser
testado contacte o seu medico, o seu centro de saúde ou uma clínica de
DST e de planeamento familiar.
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