A tolice que Lula disse ao La Repubblica, então, foi outra, não aquela publicada pelo jornal italiano
Muito
bem. Comentei ontem aqui, em tom bastante duro, uma tolice que Lula
teria dito ao jornal italiano La Repubblica. Segundo publicou o veículo,
o ex-presidente brasileiro teria afirmado o seguinte:
“Do ponto de vista macroeconômico, qual outro país, além da China,
criou as condições de crescimento do Brasil? Nossos críticos dizem que o
melhor é reduzir a oferta de emprego para reduzir a inflação, mas, para
nós, a defesa do emprego é mais importante que a inflação”.
Nesta
segunda, o Instituto Lula divulgou uma nota afirmando que o
ex-presidente não disse exatamente aquilo. Uma gravação de 16 segundos
foi posta no ar. E se pode ouvir o petista dizer o seguinte:
“Nossos críticos querem que tenha um pouco de desemprego para poder melhorar a inflação. Eu não quero que tenha desemprego para melhorar a inflação. Eu quero melhorar a inflação com pleno emprego”.
“Nossos críticos querem que tenha um pouco de desemprego para poder melhorar a inflação. Eu não quero que tenha desemprego para melhorar a inflação. Eu quero melhorar a inflação com pleno emprego”.
Então é preciso observar duas coisas.
Se o
trecho reproduzido pelo La Repubblica deriva desse que foi posto no ar, é
claro que o jornal italiano errou. Lula, de fato, disse outra coisa e
não sugeriu preferir um pouco de inflação a mais desemprego.
Então não há nada de errado com a sua fala? Há, sim! E é coisa grave!
A bobagem dita por Lula, como se pode ouvir, é outra. Repito: “Nossos críticos querem que tenha um pouco de desemprego para poder melhorar a inflação”.
É mesmo? Quais críticos querem isso? Por que o petista não declina os
nomes daqueles que gostariam de ver crescer o desemprego no país para
baixar a inflação?
É evidente
que isso é uma fantasia. Trata-se apenas de um processo de demonização
dos adversários, sugerindo que eles gostariam de punir os pobres com o
desemprego. Já os petistas não! Como eles teriam o monopólio da virtude,
só querem o bem do próximo.
Tudo
indica que o jornal italiano errou mesmo. Lula, então, não disse
preferir a inflação ao desemprego, mas acusou, com a ligeireza habitual,
seus adversários de preferir o desemprego à inflação. Lula, assim, nega
que seja idiota, mas supõe que idiotas sejam os outros.
Os mistérios também técnicos do avião que está desaparecido. Crescem indícios de uma ação terrorista
Gonçalo
Osório, leitor habitual deste blog, é especialista em muita coisa,
inclusive aviões. E me manda a seguinte mensagem. Volto em seguida:
Rei,
eu sei que você detesta avião, por isso vão aqui algumas coisas intrigantes para quem não gosta de avião.
eu sei que você detesta avião, por isso vão aqui algumas coisas intrigantes para quem não gosta de avião.
1)
Todo bicho desse porte (imagine: 350 toneladas de peso de decolagem,
dependendo do modelo) tem uma coisa chamada ELT — emergency locator
transmiter. Como o nome em inglês diz, é um sinal de rádio de
emergência, que é acionado sem interferência do piloto e que pode ser
captado por outros aviões, navios e satélites. Ninguém captou nada. Como
assim? O ELT não funcionou? Não se sabe.
2)
Esses aviões ultramodernos têm outra coisa: caixas-pretas que “falam”.
Depois de um acidente, elas transmitem também um sinal, que aviões como
esses que os americanos usam para achar submarinos no Mar da China são
capazes de captar. Como assim? Ninguém captou nada até agora?
3)
O Boeing 777, assim como aquele Airbus da Air France que se acidentou
na rota Rio-Paris, dispõe de um treco chamado ACARS (outra sigla em
inglês). Para compreensão do leigo, é como a telemetria de carros de
Fórmula 1: sensores a bordo detectam tudo o que acontece com motores,
equipamentos de navegação, atitude do avião em voo, o escambau, e
transmitem a intervalos de segundos essas centenas de informações para o
fabricante (a Boeing) e para o operador (a Malaysia). No caso do Air
France, por exemplo, sabia-se, durante os sete minutos entre o avião
sair da altitude de cruzeiro e se espatifar na água, que várias coisas
estavam ocorrendo: não eram defeitos técnicos, mas o ACARS transmitiu a
rápida perda de altitude, por exemplo, e as diversas configurações dos
computadores de bordo. Cadê as informações do ACARS do B777 da Malaysia?
A Boeing e a companhia até agora nada disseram.
Meu
palpite é terrorismo. O pessoal do setor (pilotos, instrutores e chefes
de operação de grandes companhias) acha que terroristas de alguma
maneira tomaram conta do avião e teriam conseguido, inclusive,
interferir na operação do transponder. Muito esquisito mesmo!
Retomo
Pois é… As semelhanças com o caso da Air France vão ficando para trás, e uma outra tragédia vem à memória: o ataque terrorista ao voo 103 da Pan Am, em 21 de dezembro de 1988, que matou 270 pessoas — 259 ocupantes do avião e 11 moradores da pequena Lockerbie, na Escócia, onde caíram os destroços. A aeronave partira de Londres com destino a Nova York.
Pois é… As semelhanças com o caso da Air France vão ficando para trás, e uma outra tragédia vem à memória: o ataque terrorista ao voo 103 da Pan Am, em 21 de dezembro de 1988, que matou 270 pessoas — 259 ocupantes do avião e 11 moradores da pequena Lockerbie, na Escócia, onde caíram os destroços. A aeronave partira de Londres com destino a Nova York.
Terroristas
líbios, a mando de Muamar Kadafi, introduziram uma pequena bomba no
avião — sim, pequena, escondida numa maleta. Naquela altitude, basta um
rombo de pequenas proporções na fuselagem para a aeronave se espatifar
no ar.
A Malásia,
de onde partiu o avião, é outro celeiro do extremismo islâmico, mas a
China, até onde se sabe, não está na mira desse tipo de terrorismo.
Chama ainda a atenção a reação irritada da China.
Reunião de Mantega com grandes irrita os pequenos e médios do setor
A reunião do ministro Guido Mantega (Fazenda) com grandes grupos brasileiros, marcada inicialmente para hoje em São Paulo e remarcada ontem à noite para amanhã, em Brasília, provocou revolta em parte da indústria. Para representantes de associações de classe, é preciso que o governo atenda também aos interesses das pequenas e médias empresas, que respondem por boa parte dos postos de trabalho. ”Esse é um governo que não ouve a pequena e média empresa”, afirmou à Folha José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, que reúne os fabricantes de máquinas e equipamentos. “Já pedimos, mas a presidente Dilma não nos recebe.”
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