11/03/2014
às 15:00 \ Política & Cia - Ricardo Setti na Veja.comLula não é invencível — seus candidatos derrotados são afastados para não manchar sua fama de milagreiro
Post do leitor Leonardo Saade
“LULA NÃO É INVENCÍVEL — SEUS CANDIDATOS DERROTADOS SÃO AFASTADOS PARA NÃO MANCHAR SUA FAMA DE MILAGREIRO”
Como diz o genial Augusto Nunes, Lula deixou a Presidência para virar animador de palanque.
Criou-se o mito de que Lula era um Midas da política, que todo candidato apoiado por Lula ganha a eleição, e que todo candidato que critica Lula ou se opõe a seu indicado, perde.
Assim como pesquisa eleitoral, política nunca foi ciência exata, desmentindo o mito de Lula. É verdade que o “filho do Brasil” elegeu Dilma para presidente e Fernando Haddad para prefeito de São Paulo. Mas houve muitos casos de candidatos apoiados por Lula que perderam a eleição.
Esses candidatos derrotados foram afastados da órbita de Lula para não estragar sua fama de “milagreiro”.
Só para citar exemplos mais recentes, o atual prefeito de Recife, Geraldo Julio, teve o apoio do governador Eduardo Campos (PSB) para derrotar o candidato lulista, o ex-ministro da Saúde e senador Humberto Costa (PT).
Em Belo Horizonte, o prefeito Márcio Lacerda (PSB), é aliado firme de outro presidenciável, como Campos – o tucano Aécio Neves – e em 2012 venceu sem maiores problemas, já no primeiro turno, o candidato petista Patrus Ananias, apoiado por Lula e Dilma.
Sem falar na virada humilhante que o tucano Antônio Anastasia, vice de Aécio e seu candidato ao Palácio da Liberdade, aplicou no candidato lulista Hélio Costa (PMDB) na eleição para governador de Minas em 2010. Anastasia começou as pesquisas com miseráveis 5% das intenções de voto contra os 55% de Hélio Costa, fervorosamente apoiado por Lula.
No resultado final, Anastasia venceu no primeiro turno.
Nos casos de vitória, como de Dilma e Haddad, os méritos foram todos para Lula, considerado “gênio político” por uns, e até “deus” por Marta Suplicy. Nos caso de derrota (vários), o fracasso era afastado do nome de Lula, de forma a não manchar sua fama de milagreiro.
Acho que se Eduardo Campos quer marcar seu nome como oposição, não basta se opor apenas ao nome de Dilma, mas, ao projeto lulopetista, de que Dilma faz parte. Claro que contra o PT em 2014, eu, pessoalmente, votaria até no Levy Fidelix em um improvável segundo turno contra Dilma, para não votar em branco e ajudar o projeto petista de se perpetuar no poder.
Mas seria melhor se os candidatos de oposição tivessem uma postura mais firme e constante, e não uma oposição “dependendo da situação” e “dependendo do candidato adversário”.
Lula não é invencível.
E a oposição precisa ser firme, se unir para provar que de fato o mito Lula não é infalível, que seu apoio não é garantia de vitória para ninguém.
Para que o Brasil possa descansar em paz do lulopetismo. Para que Lula caia na real e deixe de ser animador de palanque para tornar-se apenas ex-presidente.
Tags: Aécio Neves, Antonio Anastasia, Augusto Nunes, Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Geraldo Julio, Levy Fidelix, Lula, lulopetismo, Márcio Lacerda, Marta Suplicy, oposição, pesquisa eleitoral, post do leitor
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